Valderês Lopes, há três meses no cargo, fala sobre segurança e participação da comunidade.

Com vinte e um anos de carreira policial, Dra. Valderês Lopes já atuou em defesa da mulher no interior, passou por diversas delegacias na capital e em abril deste ano assumiu o comando do 58º DP de Vila Formosa. “Comecei minha carreira em 1988 em Rio Claro. Trabalhei em defesa da mulher durante 9 anos. Após esse período fui transferida para a 5ª seccional em São Paulo onde estou até hoje”, conta Valderês. Há 3 meses no comando do 58º DP,já comemora os resultados obtidos por sua equipe e responde às perguntas do Jornal de Vila Formosa.

Qual o índice de criminalidade da Vila Formosa? A criminalidade caiu. No primeiro trimestre do ano (de 1 de janeiro à 31de março) não houve nenhuma ocorrência de homicídio doloso. No segundo semestre (de 1 de abril à 30 de junho) essa infração continuou sem registro. Os roubos de veículos caíram de 71 para 62 comparados também nestes períodos. Furtos de veículos diminuíram de 89 para 76. Somente os roubos e furtos diversos tiveram um pequeno aumento. Devemos levar em consideração o fato de que o cidadãoque mora nas imediações toma uma condução aqui paro bairro e só sente falta do celular ou  carteira quando desce do veículo. Mas tem um trajeto todo. Nós não conseguimos estipular onde o cidadão foi furtado. Como ele desce na Sampaio Vidal, a ocorrência é minha. Consequentemente os registros aumentam. Qual o efetivo à disposição atualmente no 58º? Trabalhamos atualmente com 5 equipes formadas por 2 investigadores, 1escrivão e 1 delegado cada. O número ainda é pequeno, pois tenho que utilizar investigadores de plantão às vezes, mas estamos conseguindo dar conta.

Qual o local com maior índice de ocorrência? A praça Sampaio Vidal, a rua Montemagno e a rua Antonio Manograsso. Eu percebo que furto e roubo são em locais diversos. Não temos como identificar o local exato. Se tivessecomo identificar, acabávamos com tudo isso. Eu percebi que aqui não tem tráfico. Não temos nenhuma ocorrência de tráfico.

Como a polícia está trabalhando para solucionar? A polícia conta com a ajuda da população para diminuir ainda mais os crimes e capturar os indivíduos praticantes destes atos. O reconhecimento é um fator importante para que a prisão do criminoso seja feita corretamente.

Como a população pode ajudar? Eu percebi que a comunidade quando é abordada, corre para delegacia para fazer a ocorrência, mas quando corremos atrás do caso e conseguimos prender o indivíduo, a população é a primeira a “pular fora”. Teve um assalto recentemente em uma lotérica aqui perto. Levaram o dinheiro e o celular de uma pessoa que estava dentro desta lotérica. Os assaltantes foram pegos e trazidos para a delegacia. Acreditem: a vítima reconheceu o dinheiro e não reconheceu o assaltante. A outra vítima reconheceu o celular e por conta disso, um criminoso foi preso em flagrante. Portanto, somente um ficou detido. Os demais foram liberados por falta de reconhecimento. Acho muito estranho, pois a pessoa rouba o local, aponta a arma para você e você não sabe quem ela é? A população deve reconhecer o indivíduo, porque por trás disso envolve muito trabalho. Diversas vezes atravessamos a madrugada investigando. A população tem medo de reconhecer o delinqüente e ele voltar ao local para cometer outro crime, mas na mesma semana que estes indivíduos foram soltos, outros dois crimes foram registrados pela equipe de investigação. Eram dois assaltos à postos de gasolina. Um foi reconhecido e o outro foi para rua novamente. Na outra semana, outro roubo. Eram os dois assaltantes que restaram sem serem reconhecidos. Eu acho que está faltando colaboração da população. Ou é descrença na polícia, ou medo do retorno do indivíduo na rua. Este é um tema que eu levarei para população na próxima reunião do CONSEG Formosa.

O que o morador da Vila Formosa pode fazer para se proteger da criminalidade? A população não deve portar todos os documentos, pois os criminosos utilizam esses documentos para realizar outro tipo de crime. Os documentos raramente são achados. Justamente por isso utilizam os documentos para outros fins – ilícitos. O RG ou a CNH é o bastante. Andar sempre atento também ajuda. Olhar sempre para os lados e se estiver parado no farol, ficar sempre atento nos espelhos do carro.

 A comunidade fez uma denúncia no ano passado para o SP Jornal – um dos jornais de nosso Grupo – em relação a alguns estupros ocorridos no local onde era o antigo Hospital Zona Leste, localizado na Vila Formosa. Tem conhecimento do assunto? Não tivemos nenhum registro no local durante os últimos 3 meses. Qual a ocorrência mais curiosa? Recebemos recentemente uma denúncia anônima de um indivíduo que atirou na cabeça da esposa em Curitiba e fugiu para São Paulo. Por conta dessa denúncia ele foi encontrado nas imediações do bairro pelo 58º DP e encaminhdo à prisão do Estado.

Reportagem: Renata Maria Gomes. Foto: Antonio Gelfusa Junior.