Confira entrevista exclusiva com Rogério Gomes, administrador do Mercado Municipal Antonio Meneghini, mais conhecido como Mercadão de Vila Formosa. O gestor público, em entrevista realizada na redação do SP Grupo, falou do projeto de modernização do local que deve ser aprovado nos próximos meses, além dos desafios encontrados a frente do espaço.

Rogério Gomes, você é gestor público por formação e há 2 anos está a frente da administração do Mercado Municipal de Vila Formosa, durante este período, quais os principais desafios enfrentados?
Eu vejo hoje a dificuldade maior do que aconteceu com a estrutura por trás da parte pública. O fato de ter terminado com a secretaria de Abastecimento de São Paulo em gestões passadas criou um problema muito sério para o Mercado Municipal. Na Vila Formosa, especificamente, talvez o que mais dificulte seja o espaço. Ele é um mercado muito grande em termos de suporte e serviços que ele pode fornecer. É uma região que cresceu muito, tem muito carro, automóvel, precisa de estacionamento maior, precisa de um sentimento de deslocamento maior, ele precisa de adaptação.

Ele é considerado um dos mercados municipais mais organizados e limpos de São Paulo. Ao mesmo tempo existem dois problemas estruturais que a comunidade reclama. A questão dos banheiros por ser pequeno e a sua limpeza. E o estacionamento, pois as pessoas estacionam os carros e vão consumir ou frequentar o comércio em outros locais. Dentro desse projeto o que está sendo pensado para isso ser organizado ou aprimorado?
Dentro do projeto que estamos fazendo está se englobando as duas áreas. O fato é que a Vila Formosa, como um todo, não abrange mais essa quantidade de carros que ela tem. O estacionamento no mercado acabou sendo ponto de fuga. Muita gente deixa o carro no Mercado de Vila Formosa e vai até o comércio na parte superior. Não tem como a gente fazer um controle até porque é um estacionamento público. Porém, a gente está tomando algumas medidas que é tirar a parte de armazéns que existe na entrada do mercado e colocar para trás em forma de mezanino, que inclusive aumentaria a capacidade do depósito.  Não se perderiam as vagas de baixo e aumentariam por volta de 22 ou 23 vagas no estacionamento, além de uma área de bicicletário que é algo que estamos pensando. Dentro desse projeto já está englobando o banheiro. É feita a manutenção e limpeza, mas acaba não dando conta, até porque tem setores lá que ainda tem manilhas que precisam ser trocadas. A ideia é retirar o banheiro de onde está e passar para parte de trás. Isso vai favorecer bastante a limpeza.

Quais são as propostas dentro desse projeto para gestão de recursos, resíduos ou economia de recursos?
A busca agora é fazer a captação de água de chuva, água de reuso, porque aí eu posso usar para banheiro e para limpeza. E a segunda parte são as linhas de composteiras. A gente gera muito lixo com uma boa parte de lixo orgânico que pode ser feito este aproveitamento.  Está dentro da ideia também de se fazer uma cozinha industrial. Não é apenas para ensinar a cozinhar ou fazer pratos, é também para aproveitar melhor os alimentos.

De certa maneira como o Mercadão tem se esforçado para estar mais próximo da população local? Seja com eventos, atividades, enfim.
Apesar de ter que buscar coisas inovadoras e pensar no cliente de hoje eu tenho que manter a ideia de Mercado Municipal, onde o cliente conversa com o dono do empório, do mercadinho e do açougue, esse contato mais humano.

O Mercado Municipal de Vila Formosa é um ponto cultural e um dos pontos de destaque do bairro e região. Como você vê a inclusão dele no calendário cultural, Prefeitura de São Paulo, aniversário do bairro entre outras atividades?
Eu vejo o Mercado Municipal além disso. Ele tem uma história por trás. Ele é um gerador de emprego, ele é um ponto de referência, ele é um ponto de encontro e um ponto histórico. Ele não pode ficar fora de contexto algum. Existe a necessidade das pessoas valorizarem um pouco mais, inclusive. Existe essa parceria com algumas entidades e setores da Vila Formosa. A gente atinge um pouco a Aricanduva e o Carrão, até porque tem uma clientela em comum. A ideia é mostrar que tudo aquilo faz parte de uma história do bairro.

Entrevista: Antonio Gelfusa Junior. Imagens: Júlio Gomes Domingos.