Segundo Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, Lula teria dito que seria melhor o mensalão ser julgado após a eleição deste ano.
Lula também teria insinuado que, em compensação, poderia proteger Gilmar Mendes na CPI do Cachoeira, se houvesse qualquer tentativa de incriminá-lo por causa da viagem que fez a Alemanha.
Famoso ditado: “me ajuda a te ajudar”!
A verdade é que não existe mocinho algum nesta história.
Até o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza, em uma extrema mostra de “carinho” com Sergio Cabral, governador do Rio de Janeiro, afirmou o que já virou uma célebre frase no mundo político: “A relação com o PMDB vai azedar na CPI, mas não se preocupe, você é nosso e nós somos teu” escreveu Vacarezza.
Seus argumentos foram motivos de chacota por toda internet, afinal, com a CPI do Cachoeira, o que se esperava do deputado era mais isenção e não mais facilitação.
O mais espantoso é que há algum tempo não se fala mais sobre o assunto mensalão na mídia como estava sendo exposto nos últimos meses.
Neste espaço editorial, foram diversos os artigos destinados para criticar a postura do PT, do ex-presidente e de diversos “mensaleiros” do ano de 2005 para cá.
Hoje a situação já é crítica. Porque Lula diria ao Gilmar ter cautela com o mensalão? De que Gilmar teria medo? De que Lula tem medo? Nelson Jobim, ex-ministro que cedeu o escritório para o encontro entre os poderosos, não quis dar entrevista e nem se pronunciar sobre o caso. Do que ele teria receio?
Gilmar Mendes, há alguns anos, foi afrontado por Joaquim Barbosa, também ministro do STF, e que com muita classe disse a Gilmar Mendes que ele não tinha condição de dar lição de moral em ninguém. Disse também que Gilmar, ao se dirigir a ele, deveria ter mais respeito, afinal, ele não estava falando com um de seus “capangas” no Mato Grosso. O vídeo “Gilmar Mendes X Joaquim Barbosa”, disponível no Youtube, faz parte de alguns vídeos que gostamos de ver por aí, afinal, em poucos trechos o povo brasileiro tem sua alma lavada com palavras firmes e limpas de Joaquim Barbosa.
Hoje há fortes indícios de gente do mais alto escalão político envolvida até o pescoço com o Carlinhos Cachoeira. Até Gilmar Mendes, presidente do STF!
Já o PSDB, que não quis ficar atrás, tem o governador de Goiás, Marconi Perillo, em investigações de ligação com o “bicheiro”.
O PT, que não quer ver seus companheiros desamparados, gasta sua atuação de bastidores para proteger os seus, a exemplo de Agnelo Queiroz, governador do Distrito Federal, também envolvido no escândalo. Os deputados da CPI sugerem dura apuração de Perillo, mas de Queiroz não, afinal, “ele é dos nossos né”?
O atual presidente do STF tem sua conduta questionada. O ex-presidente da república tem sua conduta questionada. O líder do PT na Câmara também teve sua índole questionada com as mensagens enviadas à base aliada.
Será que sobra algum limpo neste caldo grosso?
Nos últimos meses temos visto Marcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça de Lula, atuando como advogado de Cachoeira e do filho de Eike Batista. Estes dois citados são pessoas de conduta muito questionada pela sociedade por causa dos recentes acontecimentos em que se envolveram.
O que faz Thomaz Bastos defender estes clientes? Desafio? Remuneração? Será que a reputação trabalhada ao longo dos anos frente ao alto ministério de Lula não foi o bastante? É algo para se pensar!
Infelizmente a política do alto escalão brasileiro é desrespeitosa e manipuladora!
O povo brasileiro sofre demais com a falta de destinos exatos de recursos enquanto alguns políticos levam dinheiro na cueca e para dentro de seus partidos repletos de companherismo.
A sociedade espera o julgamento do mensalão o quanto antes.
A corrupção precisa acabar ou ela vai acabar com o Brasil!
Antonio Gelfusa Junior é diretor de marketing do SP Grupo de Jornais (SP Jornal, Jornal de Vila Carrão, Jornal do Tatuapé e Jornal de Vila Formosa).