Uma greve que parou a cidade de São Paulo merece uma análise bem crítica.
Muitos sindicalistas acreditam que os 15% de aumento reivindicados na greve do metrô não representam absolutamente nada diante da lucratividade da empresa que tem milhões de usuários por dia. A greve é um direito constitucional, previsto em lei, e isso para eles é o bastante.
Sindicalistas e grevistas deveriam ter vergonha do dia de terror criado e ver que prejudicaram e muito a vida de pessoas que dependem de transporte para sobreviver.
Negociar aumento é uma coisa. Negociar 15% de aumento é fora de proporção! A ação foi pura chantagem.
Como tudo que é público é motivo de farra no Brasil, o trabalhador da estrutura política também quer se aproveitar do dinheiro público como quase a maioria da classe política deste país!
Ganhar baixo salário não é argumento para eles. Quem ganha mal neste país é professor, polícia e bombeiro e estes não fazem o absurdo que vimos no dia da greve em São Paulo.
É difícil concordar com greves que paralisem funcionários que são vitais para o bom andamento da sociedade. O que é legal tem que ser respeitado. Mas estes funcionários não ganham mal.
Os sindicatos, sem dúvidas, são importantes para ajudar a garantir os direitos dos trabalhadores perante muitas empresas. Precisam existir e continuar seu papel importante.
Mas esta greve foi pura articulação. E provavelmente de um partido-base-política que novamente deve perder as eleições neste ano, até porque vem sendo derrotado sequentes vezes na cidade e no estado de São Paulo.
Somos partidários do PIP – Partido dos Impostos Pagos! E nós, cidadãos brasileiros, já pagamos muito por honrar impostos todo dia no pão francês, na conta de luz, no cartão de crédito, na conta corrente do banco, plano de saúde, em nossas empresas etc.
Tem que se ter mais respeito pelas pessoas que perderam empregos e consultas de saúde no dia da greve. Se o policial militar paralisasse seu trabalho, seria digno de razão, até porque ganha pouco para o risco de morte que corre.
Porém, aceitar ação golpista de reivindicação injusta de valor perante inflação, isso é difícil de aceitar! Se a classe de professores entrasse em greve, nenhuma pessoa morreria por isso ou deixaria de ter atendimento médico como ocorreu no dia da paralisação. Mesmo sabendo que o dono da escola ou de faculdade possa estar em Miami “torrando” seu dinheiro da empresa que ele construiu, nunca se deve usar disso para fazer greve. A riqueza é mérito de quem constrói.
Se o ser humano está insatisfeito com o salário, mude de emprego ou reivindique quando o salário for injusto de verdade.
Mas ganhar R$ 4 mil reais mensais como metroviário não está adequado? Cremos que eles devem olhar os salários de deputados em Brasília e almejam suas vidas em proporções iguais.
O único lado que interessa nesta história não é o do trabalhador que ganha bem, nem o lado do empresário que ganha muito e não valoriza seus funcionários com salários dignos – que não é o caso do metrô de São Paulo.
O único lado que interessa é o do povo que rala para ganhar seu salário mínimo e precisa de transporte para trabalhar e se locomover.
Os sindicatos precisam continuar com seu trabalho, porém, devem pegar leve onde os direitos já são respeitados! Faça as contas, e veja quantas pessoas ganham R$ 4 mil reais por mês! Pedem 15% de aumento e depois cedem ao fim do dia por “apenas” 6% de reajuste?
Um caos como este foi criado para fecharem acordo de menos que a metade que o pretendido no começo?
Pois é! Um ano de eleição justifica todo este golpe criado e quem paga com tudo isso é o povo!
Antonio Gelfusa Junior é diretor de marketing do SP Grupo de Jornais (SP Jornal, Jornal de Vila Carrão, Jornal do Tatuapé e Jornal de Vila Formosa).