Adolescente cai do 15º andar de prédio na Rua Lutécia.
Flávia Anay de Lima, de 16 anos, caiu, na madrugada do dia 31 de julho, do 15º andar do prédio onde morava com o namorado, o jogador de futebol Rafael Silva, de 20 anos. O edifício fica localizado na Rua Lutécia, na Vila Carrão. O caso será investigado pela Seccional Leste como morte suspeita. Como havia uma cadeira perto da varanda, inicialmente o registro foi feito como suicídio no 10º Distrito Policial na Penha, e depois encaminhado para o 31º DP, no Carrão. “Vamos investigar como morte suspeita para que não pairem dúvidas”, disse a delegada seccional Elisabete Sato. A mãe de Flávia, Luara Adriana de Lima, de 38 anos, afirma que a filha nunca se mataria. “Ela jamais faria uma coisa dessas”, disse em depoimento. “Ela era bonita, inteligente, jovem, tinha planos e uma família que a amava e apoiava”, continua a mãe da jovem. A versão de suicídio foi apresentada à polícia pelo jogador. Ele disse que a jovem ficou descontrolada durante uma briga e se atirou pela sacada. Os desentendimentos começaram, ainda de acordo com o jogador, porque Flávia havia ido buscar o atleta em um bar onde ele estava bebendo, perto do apartamento. A polícia já pediu a perícia do apartamento. Foram encontradas manchas de sangue no imóvel e o jogador disse que o ferimento era dele e foi provocado por uma caixa de som que o atingiu. Pela versão do atleta, a adolescente atirou objetos nele durante a briga. A assessoria da Portuguesa informou que nem o clube nem o jogador irão se manifestar até a conclusão das investigações. O clube disse que Silva recebe atendimento jurídico e psicológico. O advogado Giuseppe Fagotti, que representa o atleta, disse que depois da morte da adolescente a Portuguesa prorrogou a licença médica de Rafael Silva, afastado por causa de uma cirurgia de descolamento de retina. O advogado afirmou ainda que, mesmo abalado, o jogador colabora com as investigações. Os pais de Flávia contaram que os dois se conheceram quando a menina tinha 13 anos, em uma feirinha na Praia Grande, no litoral. Eles passaram a conversar pela internet, se encontraram algumas vezes e, em setembro do ano passado, a mãe disse que o jogador viajou até o município para os dois morarem juntos em São Paulo. “Ele simplesmente veio para buscá-la. Nem tchau ela me deu”, recordou Luara. “Quando começou tudo isso, eles queriam casar de imediato. Eles combinaram de fugir juntos. Ela era uma criança que quis crescer antes do tempo”, completou o pai, o empreiteiro Francisco Carlos Lima, de 42 anos. Eles disseram que, apesar disso, apoiaram a jovem e, inclusive, compraram móveis para o casal. Os dois afirmam que o relacionamento da filha era conturbado e que o atleta costumava beber. A mãe falou que a filha era “uma pessoa maravilhosa”. “Ontem eu enterrei a minha filha e hoje quem está morta sou eu”, disse. Os pais contrataram o advogado Ademar Gomes para acompanhar as investigações do caso que repercurtiu com impacto na região. Ele disse que irá solicitar à polícia a reconstituição da morte, para tirar todas as dúvidas sobre o que aconteceu.

Reportagem: Da redação. Foto: Divulgação.