No dia 24 de abril foi celebrado, pela primeira vez no país, o Dia Nacional da Língua Brasileira de Sinais (Libras).

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem cerca de 10 milhões de pessoas com alguma deficiência auditiva no Brasil, mas só 22,4% sabem usar a linguagem de sinais para se comunicar.

Pensando nessa necessidade de acesso, Luisa Ribeiro Teixeira e Sarah Teixeira Willig, ambas de 15 anos, do segundo ano do Ensino Médio Técnico em Administração do Senac São Paulo, se dedicam ao projeto Me Traduza. Trata-se de um aplicativo capaz de decifrar os símbolos de Libras e traduzir para a Língua Portuguesa, facilitando a comunicação entre pessoas com deficiência auditiva e aquelas que ainda não compreendem o conjunto de sinais.

Além de estreitar relações entre pessoas que teriam dificuldades em estabelecer uma conversa, o sistema desenvolvido pelas jovens também pode ajudar quem deseja aprender Libras, uma vez que também é possível converter um texto em português para a linguagem de sinais e treinar. O sistema funcionará por meio da câmera do celular ou tablet, bastando apontar para o texto ou para quem estiver fazendo os gestos para fazer a leitura da forma que desejar.

Segundo elas, a ideia de trazer o assunto para a sala de aula surgiu logo nos primeiros meses do primeiro ano do ensino médio, durante uma aula de Administração. Elas perceberam a grande quantidade de tradutores on-line para todos os idiomas do mundo, mas que havia dificuldade em localizar a mesma tecnologia para comunicação por sinais. “Percebia que as pessoas surdas, em lugares públicos, só se comunicavam entre si, mas não interagiam com ouvintes, e que essas barreiras se ampliavam para o mercado de trabalho, relacionamentos, entre outras”, analisa Sarah.

Por se tratar de uma iniciativa de tecnologia inclusiva, o projeto Me Traduza já teve seu primeiro reconhecimento. No ano passado as adolescentes participaram do concurso Empreenda Senac, uma competição de empreendedorismo que envolve os alunos e as alunas, de todos os níveis de ensino, do Senac São Paulo. Elas foram campeãs na categoria “Voto Popular”, sendo o projeto mais votado na história da competição, e ainda faturaram o segundo lugar na categoria “Ensino Médio Técnico”.

Com o projeto pronto, agora as meninas estão atrás de investidores para fazer o Me Traduza acontecer. Após a participação no Empreenda Senac, todo o plano de negócio foi revisado e agora elas buscam desenvolvedores de softwares que se interessem pela ideia para realizar a programação e, efetivamente, lançar o aplicativo em plataformas para smartphones e tablets. “O Me Traduza não é apenas uma boa ideia de duas alunas de ensino médio, é um plano de negócio consistente, com os dois pés na realidade e que pode dar muito certo”, conclui Luisa.

Reportagem: Da redação. Foto: Divulgação.

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