Habitamos um planeta de aproximadamente 9 milhões de espécies existentes, segundo estimativas. Sabe-se que a biodiversidade é fundamental para a manutenção dos ecossistemas e, portanto, para a sobrevivência dos seres humanos. Apesar disso, pouco mais de 1 milhão de espécies já foram descritas pela ciência, que estima conhecer apenas 15% do total de espécies existentes.

Conhecer a diversidade biológica nos possibilita compreender e utilizar os recursos naturais para diversos fins, como elaborar fármacos para tratar doenças humanas e solucionar problemas cotidianos por meio da biomimética, mas a degradação ambiental tem sido cada vez mais veloz ameaçando a fauna e a flora antes mesmo de serem estudadas.

Anualmente, cerca de 17 milhões de hectares de floresta tropical são desmatados, o que pode ocasionar a extinção de 5% a 10% das espécies florestais dentro dos próximos 30 anos. De acordo com a União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN), mais de 40 mil espécies estão ameaçadas de extinção no mundo, o que equivale a 28% de todas as espécies catalogadas e avaliadas. Isso é consequência de impactos antrópicos negativos como desmatamento, degradação de habitat, exploração desmedida dos recursos naturais, caça, tráfico de animais e aquecimento global.

Apresentando 20% do total de espécies do planeta, o Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, com mais de 116.839 espécies animais e 46.355 espécies vegetais conhecidas. Assim, nossa responsabilidade para com a natureza também é grande. Devemos individualmente e coletivamente aderir a práticas mais sustentáveis, reduzindo o consumo, recusando o plástico de uso único, pressionando os setores público e privado a reduzirem suas emissões e se comprometerem com a implementação de uma cadeia produtiva mais justa ambientalmente, socialmente e economicamente.

Chegou o tempo da reconexão, tardio sim, mas imprescindível para a manutenção da vida em todas as suas formas.

* Paola Lupianhes Dall´Occo é docente do curso de Ciências Biológicas da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM).

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Foto: Divulgação.