O celular criou vida e o homem virou um robô Um dia desses precisei ir à cidade, resolvi que iria de metrô, pois o trânsito estava caótico.
Deixei o carro no estacionamento, me dirigi à bilheteria, e logo estava à espera do vagão. Em instantes, apareceu um e embarquei. Mesmo com faixa indicando o limite de passageiros, as pessoas tumultuam e vão entrando e levando o que está à frente.
Fui pisoteada sem dó, em meio a tanta gente, mas consegui me posicionar. Confesso que foi difícil, mas aos poucos fui relaxando, comecei a observar a todos ao meu redor, discretamente.
O senhor que estava do meu lado esquerdo estava usando o celular e falava sem parar; a senhora que estava sentada na minha frente parecia estar lendo um texto, no celular; o rapaz do meu lado direito estava com um fone e um iphone jogando; do mesmo lado encostado na porta do vagão, estava um moço de traços finos, com um iphone, um tablet e um fone no ouvido.
Entre essas pessoas, havia um rapaz que estava sentado, entre um cochilo e outro, ele dava uma olhada em seu celular. O meu já havia desligado, antes de entrar no vagão, por medida de segurança.
Confesso que me senti desconfortável, ao perceber que cada vez mais as pessoas estão se distanciando, sem se preocupar mais com o próximo, pois havia uma senhora de idade em pé, e ninguém viu! Estavam todos preocupados com o objeto de consumo. A tecnologia vem tomando conta dos seres humanos.
Será que um dia seremos todos objetos desses avanços?