No Colégio Mary Ward, instituição localizada no bairro do Tatuapé, a Educação Financeira faz parte da grade curricular do 1º ano do Ensino Médio, e é reforçada em matérias do 3° ano. As aulas vão além da tradicional abordagem que foca somente em questões clássicas cobradas pelos vestibulares. Elas tratam também de assuntos como Imposto de Renda, juros, mercado de ações, financiamentos, administração de finanças pessoais e, até mesmo, como se engajar em ações de microempreendedorismo.
Para deixar o assunto mais atraente, é desenvolvida uma atividade na cozinha do colégio. Os alunos levam ingredientes de casa e preparam brigadeiros com o objetivo de avaliar se vale o investimento no negócio. Além disso, identificam qual seria o público-alvo e a lucratividade esperada na comercialização do produto. “Os alunos comparam o preço do brigadeiro da cantina com o que foi produzido. Assim, eles diferenciam o valor real do valor que é cobrado. Os estudantes também levam ingredientes mais caros para notar as diferenças de valor agregado”, conta Patrícia Baccaro, que ministra as aulas de Educação Financeira.
A educadora ainda revela que as turmas perguntam sobre a Bolsa de Valores e que apresentam casos sobre cartões de créditos e Imposto de Renda dos pais.
Pais participam das aulas
Para enriquecer as aulas, também é convidado um pai de um aluno que é empresário ou contador para compartilhar experiências. “As perguntas são de outro nível. Eles apresentam situações de vivência dos pais e ficam impressionados com valores que o governo impõe”, conta a professora.
Há também a preocupação em manter os alunos atualizados com os noticiários de economia e finanças. “Fazemos cálculos com juros simples, compostos e montante. Além disso, pesquisamos sobre o índice Ibovespa para que os estudantes possam acompanhar as notícias sobre economia”, conta Patrícia.
A Professora ainda relaciona os conteúdos desenvolvidos com ideologias políticas como a do capitalismo, anarcocapitalismo e socialismo, mais ligadas à disciplina de História, para contextualizar as aulas. “Quando se fala em ideologia política, necessariamente isso cai na área da matemática. Assim podemos abordar temas como o que é livre-comércio e as regulações de governo”, explica.
Reportagem: Da redação. Foto: Divulgação.