Valdemar Costa Neto sempre fez parte das notícias que envolvem escândalos de corrupção. Não é de hoje que isso ocorre.
Desta vez, seu nome protagonizou as denúncias envolvendo o Ministério dos Transportes e cobrança de propina de comerciantes em São Paulo. Favorecimentos e suspeitas de superfaturamento mais uma vez rondam esta figura da política ruim de nosso país. Comentários desta pessoa nestes artigos de editorial já foram muitos!
Como se não bastasse, com o andar das investigações, o conselho de “ética” (e que ética, não?) da Câmara arquivou o processo alegando que não havia mais nada a ser concluído e nem investigado. E de fato, absolveu os envolvidos.
Perceba, mais uma vez, Valdemar Costa Neto, àquele que renunciou o mandato no escândalo do mensalão para não ser cassado, novamente, escapou! Das duas, uma: ou ele é realmente inocente, ou ele sabe muitas informações, “preciosas”, de colegas como Dirceu e companhia. Caro leitor, com qual opção você fica?
Um conselho de ética em que a própria ética passa longe de suas pretensões, não pode ser a instância oficial de julgamento na Câmara.
Ainda contra a corrupção, a Ong Rio da Paz, através de uma mídia alternativa, fixou na frente do Congresso Nacional 594 vassouras nas cores em verde e amarelo para protestar contra a roubalheira no país. O número representou a quantidade de deputados (513) e senadores (81).
Porém, a Ong errou nas contas, afinal, com a quantidade de escândalos que tivemos nos últimos meses envolvendo ministros, vereadores e prefeitos, de fato, o número de vassouras seriam bem maiores. Piada pronta: faltaram vassouras!
Para piorar, o mesmo protesto chegou à rampa do planalto, onde os militantes do mesmo movimento simularam também uma limpeza e lavagem do congresso em forma de manifestação. Mas para “surpresa”, algumas vassouras foram roubadas!
Se as vassouras valessem muito dinheiro, coubessem dentro de cuecas e meias, ou mesmo tivessem valores similares ao de grandes propriedades imobiliárias, juraria que foram alguns dos políticos de Brasília os autores deste delito.
Mas como o valor das mesmas está exatamente na simbologia, e não em seu custo, neste caso, os políticos foram absolvidos.
O único não absolvido desta questão foi o deputado e relator das acusações de Valdemar Costa Neto, Fernando Francischini (PSDB-PR), que pegou umas das vassouras e levou ao plenário para protestar quanto ao fato da comissão de ética arquivar e encerrar as investigações. Tá perdoado!
Para quem não se lembra, a vassoura virou um símbolo de Jânio Quadros em sua candidatura em 1960 à presidência. O Jingle da campanha era assim: “Varre, varre, varre, varre vassourinha! Varre, varre a bandalheira! Que o povo já ‘tá cansado. De sofrer dessa maneira. Jânio Quadros é a esperança desse povo abandonado! Jânio Quadros é a certeza de um Brasil, moralizado! Alerta, meu irmão! Vassoura, conterrâneo! Vamos vencer com Jânio!”.
O jingle é antigo, assim como a vassoura, assim como a corrupção, porém Jânio, mesmo eleito, mesmo com a ajuda das vassouras, não conseguiu acabar com a corrupção, que esta sim, infelizmente, é candidata já eleita para muitos cargos políticos nas próximas décadas!
Antonio Gelfusa Junior é diretor de marketing do SP Grupo de Jornais (SP Jornal, Jornal de Vila Carrão, Jornal do Tatuapé e Jornal de Vila Formosa).