A coqueluche, também chamada de tosse comprida, é uma infecção respiratória aguda causada pela bactéria Bordetella pertussis, que se hospeda no nariz, boca e garganta e é transmitida por gotículas de saliva expelidas durante a tosse, espirros e fala. Porém, mais raramente pode ser transmitida por fômites, objetos inanimados que transportam micro-organismos, como talheres e copos. A bactéria está presente em todo o mundo e, pela semelhança dos sintomas da coqueluche com os de outros tipos de doenças, o diagnóstico é dificultado e, muitas vezes, obtido em casos mais avançados, o que compromete o tratamento do paciente.

Médico pneumologista do São Cristóvão Saúde, o Dr. Nelson Morrone Junior afirma que a doença pode se estender de 45 a 90 dias: Os sintomas mais característicos são tosses com guincho, podendo ocorrer febre, coriza e mal-estar generalizado. Pode acometer qualquer faixa etária, mas a contração é mais perigosa em crianças de baixa idade. Como complicações, temos pneumonia, otite e convulsões”.

O diagnóstico é feito por swab oral (cotonete grande, passado na garganta para coletar amostra), tanto por cultura com isolamento da Bodetella ou exame do PCR do DNA da bactéria positivo. “O tratamento é realizado com antibiótico da classe dos macrolídeos (Azitromicina e Claritromicina) e deve ser iniciado nos primeiros dias de sintomas. Embora a tosse possa persistir por cerca de 1 mês, mesmo com o tratamento, os cuidados médicos diminuem muito a transmissibilidade da doença”, diz Dr. Nelson Morrone.

Quarentena
Como medida de segurança para inibir o contágio de outras pessoas, o paciente acometido deve fazer o isolamento respiratório, distanciamento, usar máscaras e evitar tossir e espirrar sem proteger a boca. De acordo com informações do Ministério da Saúde, os sintomas aparecem, em média, de 5 a 10 dias desde o momento da infecção – o que pode variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.

A morbidade da coqueluche no país já foi elevada, mas esse número caiu abruptamente a partir de 1983 e mantém, até os dias atuais, tendência decrescente. Ainda segundo dados públicos, no início da década de 1980 eram notificados mais de 40 mil casos anuais da doença, e o coeficiente de incidência era superior a 30/100.000 habitantes. A partir de 1995, observou-se um declínio do número de casos e aumento da cobertura vacinal, o que foi acentuado de 1998 em diante, resultando na mudança do perfil epidemiológico da coqueluche no país.

Infectologista pelo São Cristóvão Saúde, Dra. Andreia Maruzo Perejão complementa com informações sobre as doses de imunização: “A vacina está no calendário básico de vacinação da criança, a partir de 2 meses de idade (aos 2, 4 e 6 meses e reforço aos 15 meses e de 4 a 6 anos de idade. Atualmente, existe recomendação de reforço também a partir dos 10 anos”. Segundo a especialista, esse reforço é necessário visto que, ao longo dos anos, perde-se a imunidade e por isso é preciso seguir o calendário vacinal e mantê-lo em dia.

“Principalmente grupos especiais, como doentes crônicos, gestantes, imunossuprimidos, devem ficar atentos com as datas. Para as gestantes, é importante a vacinação após a 20ª semana de gestação, de modo a proteger o bebê até que ele inicie o seu próprio esquema vacinal, além de colaborar para que a gestante não adoeça e não transmita doenças ao recém-nascido”, destaca Dra. Andreia, ressaltando que a vacinação também é essencial para a família e pessoas próximas ao bebê.

“Em adultos, os casos costumam ser mais leves e podem ser confundidos com resfriados comuns”, reitera Dr. Nelson, salientando a importância do diagnóstico para evitar ou diminuir a transmissão. Atualmente, a letalidade da doença é mais elevada no grupo de crianças menores de um ano, particularmente naquelas com menos de seis meses de idade, que concentram quase todos os óbitos por coqueluche.

Reportagem: Da redação. FotoDivulgação.

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