Cônsul russo em São Paulo divulga programa estatal de retorno voluntário à Rússia.

Os números são imprecisos. Não dá para cravar quantos russos ou descendentes deles moram hoje em nosso país. Cada autor fornece um total.

Para o autor do livro “Os Russos” , publicado recentemente, seriam 200 mil. Jacinto Zabalotsky, descendente de russos da primeira leva, que vive no Rio Grande do Sul, em Campina das Missões, estima em 119 mil russos.

Mas há outras cifras, mais pragmáticas. E mais práticas. Por exemplo, muitos dos brasileiros que já têm idade avançada, vivem aqui, mas são filhos e netos de russos que saíram antes de 1917 consideram que a cifra gira em torno de 35 mil a 40 mil. Noventa por cento vivem nos estados do Sul – Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre.

Todos eles – tendo fugido ou saído normalmente (desde que não sejam criminosos, é claro) – estão aptos a voltar à Rússia, com todo o apoio do governo russo. Criado em 2006, o que é pouco tempo para um programa dessa envergadura, o Programa Estatal de Retorno Voluntário à Rússia pretende atrair de volta à Rússia aproximadamente 300 mil cidadãos.

“É isto o que disse o nosso presidente, Vladimir Putin” afirma o cônsul-geral da Rússia em São Paulo, Mikhail Troyanski, cuja prioridade atualmente é a divulgação desse programa, seguindo orientação do governo russo.

Dmitri Medvedev que é primeiro-ministro da Rússia e presidente da Comissão de Alto Nível de Cooperação entre Rússia e Brasil, posto análogo ao de Michel Temer no lado brasileiro é um dos entusiastas do Programa:

“A Rússia tenta não esquecer dos seus compatriotas. Passou para sempre aquele tempo em que tanta gente se encontrou fora de sua pátria e principalmente não por sua culpa, até sem culpa nenhuma foi apagada da vida do nosso país. Apoiar nossos compatriotas é uma das direções mais importantes do desenvolvimento do nosso Estado.”

O Programa dá todo o apoio possível para o retorno voluntário daqueles que têm suas raízes, quer no império russo, quer na União Soviética, quer em qualquer república da União Soviética.

O cônsul explica alguns pontos do longo programa:

“Há algumas condições, é claro. É obrigatório conhecer e falar russo, pois a adaptação não pode ser demorada.  A preferência é para mão de obra qualificada.

O governo da Rússia, que é o maior país em extensão territorial do mundo, determina a região, porque um dos objetivos do Programa é tentar compensar a lacuna demográfica numa ou outra região. A proporção é de 60% para o campo, 40% para a cidade.

O governo dá dinheiro para construir casa, para ter maquinaria agrícola, terras, se o retornado for para o campo, escola para os filhos, salário.”

Para conhecer a íntegra do Programa Voluntário de Retorno à Rússia basta acessar o site do Consulado da Federação da Rússia em São Paulo www.consrussp.com.br ou o site da Agência Federal de Imigração da Federação da Rússia no endereço http://www.fms-nso.ru/documents/compatriot.

Reportagem: Alex Solnik. Foto: Divulgação.