Nos últimos meses as suspeitas de irregularidades na contratação da Controlar – empresa que faz a inspeção veicular na cidade de São Paulo –  ganharam espaço na opinião pública e na mídia.

Após algumas denúncias, o Ministério Público passou a investigar se o prefeito Gilberto Kassab, o secretário do meio ambiente Eduardo Jorge e o ex-presidente da Controlar Ivan de Azevedo, teriam cometido algum tipo de crime no momento da constituição da empresa.

Enquanto os entraves de investigação acontecem, Kassab e seus gestores enfrentam agora um novo oponente: as críticas dos pré-candidatos à prefeitura ao modelo atual de inspeção. Fernando Haddad, Gabriel Chalita e Celso Russomano são alguns dos opositores à taxa.

Os prós e contras do modelo precisam ser analisados.

De fato, se observar o contexto como um todo, uma taxa como a inspeção nunca será bem-vinda pelo fato de, mais uma vez, o contribuinte ter de pagar a conta. Outra questão contra é o fato da infraestrutura ser custosa e, segundo as investigações, ter questionável modelo de gestão do alto escalão. Isso sem falar que em alguns países a inspeção é feita a cada 2 e até 4 anos. Em São Paulo é todo ano! Como maneira de burlar esta lei, muitos munícipes transferem seus veículos em nome de terceiros que moram em cidades vizinhas.

Ao mesmo tempo, é preciso reconhecer a importância da inspeção para a cidade. A ideia da criação de um controle da emissão de poluentes e ruídos é totalmente de acordo com as novas cartilhas em favor do meio ambiente. Toda ação que visar algum tipo de benefício ao ar que respiramos,  sempre será de bom proveito para a população e suas próximas gerações. Outro fator positivo também é o fato da infraestrutura do Controlar ser referência e modelo para o mundo todo. Sua organização, gestão, agendamento são primorosos e com espaço muito bem alocado e equipado.

Nos próximos meses, com as eleições à vista, o debate deve aquecer de maneira intensa, até mesmo porque de um lado os coligados Kassab-Serra, deverão mostrar os benefícios da inspeção, seu modelo atual e defender seus valores e maneira com a gestão é e foi trabalhada.

Entretanto, de outro lado, estarão os opositores candidatos, Chalita, Russomano, Haddad, Netinho entre outros, que devem pegar uma carona na discussão da viabilidade do modelo, do valor da taxa cobrada e as denúncias envolvidas até então.

Pelo visto, a nuvem que vem por aí não será de poluição, mas sim de muita discussão. Que venham os debates!

Antonio Gelfusa Junior  é diretor  de marketing do SP Grupo de Jornais  (SP Jornal, Jornal de Vila Carrão,  Jornal do Tatuapé e Jornal de Vila Formosa).