Em meados dos anos 80, o primeiro protótipo do que conhecemos hoje como impressora 3D foi criado pelo americano Charles Hull. De lá para cá, a tecnologia empregada, que criava lâmpadas de resina e ferramentas de plástico, passou por um intenso processo de transformação até se tornar a máquina moderna de hoje.

Ainda pouco utilizada e explorada no Brasil, a impressora 3D vem conquistando espaço nas salas de aula. Recentemente, a Escola Santa Marina, localizada na Vila Carrão, adquiriu o equipamento para integrar sua proposta pedagógica.

Segundo Igor Passos dos Santos, professor de Química e Física da Escola Santa Marina, a instituição aderiu a tendência que já integra os métodos de ensino de escolas e universidades espalhadas pelo mundo. “Nós percebemos uma tendência educacional, não só no Brasil, mas mundialmente, de fomentar propostas que estimulem o protagonismo do estudante. Então, a Filosofia Maker vem se desenvolvendo de uma maneira muito forte, na qual o estudante coloca a mão na massa e vai fazer os projetos.”, explica.

A intensificação da utilização dessa tecnologia em sala de aula levou o grupo New Media Consortium a realizar uma pesquisa acerca das mudanças que podem ser provocadas no método de ensino convencional com a implantação da impressora 3D.

Os resultados apontaram que, nos próximos quatro anos, as salas de aula deixarão de ser apenas espaços onde alunos aprendem o conhecimento teórico disseminado pelos professores. Com a nova tecnologia, o ambiente acadêmico passará a ser mais dinâmico e interativo, estimulando a criatividade e raciocínio lógico dos estudantes.

Equipamento multidisciplinar

Para Igor, o projeto da impressora 3D pode ser trabalhado em diversas matérias como, por exemplo Biologia, Química, Física, Matemática e Artes.

Ainda em fase de adaptação na Escola Santa Marina, a impressora 3D já integra projetos a serem implantados na instituição. “Para 2019, pretendemos começar com o Laboratório STEAM, que será aplicado especificamente com os estudantes do sexto ao nono período, numa faixa etária dos 11 aos 15 anos. Nós teremos uma aula semanal, na qual os estudantes desenvolverão projetos por eles próprios.”, conta Igor.

Longe de ser a primeira experiência da instituição em projetos que tenham como protagonista o desenvolvimento de ideias dos próprios estudantes, para o professor Igor, a impressora 3D possibilitará a ampliação dessa proposta pedagógica para outras fases de ensino. “No Santa Marina, já existe o projeto Laboratório Aberto, focado em estudantes do ensino médio. Agora, com a impressora 3D, isso será potencializado nessa nova etapa com os alunos mais novos.”, finaliza.

Reportagem: Barbara Novaes. Foto: Divulgação.