3500 moradores de Higienópolis fizeram um abaixo-assinado para evitar que o governo de São Paulo permitisse a instalação de uma estação de metrô no bairro. O motivo: “pessoas diferenciadas” que apareceriam nas imediações com a construção.
Estas pessoas que julgam o outro, ricas em sua maioria, não percebem que o metrô é um transporte rápido, solucionador e adequado para todas as classes sociais. Um bom passeio em Londres permite esta conclusão. Como o projeto beneficiaria em grande quantidade porteiros, empregadas domésticas, trabalhadores e afins – funcionários estes que servem à classe super diferenciada dos ricos arrogantes– por este motivos foi vencido pela alta corte dos nada cidadãos de Higienópolis.
Porém, fazendo uma reflexão, passei a enxergar que diferentes são àqueles que agem contra os interesses do país, da sociedade e do crescimento das pessoas de bem.
Pensando assim, com o tempo, vamos reparando que a nação brasileira está cheia de gente realmente diferenciada. Renan Calheiros, José Sarney, Paulo Maluf, Genoíno, Collor, enfim, a lista é enorme. Temos uma lista vasta de pessoas que tem comportamento diferenciado daquilo que se acha adequado do ponto de vista ético e legal.
Um cidadão bem diferenciado é o atual ministro chefe da casa civil Antonio Palocci. Quando era ministro do governo Lula, quebrou o sigilo de um pobre caseiro. Agora como ministro da presidente Dilma, tem seus bens super avaliados pelo jornal Folha de S. Paulo e com um crescimento de patrimônio em 20 vezes no período de 4 anos. Altas cifras majoradas pelas prestações de serviços de Palocci ao mercado financeiro. Eita boquinha boa 2! (A boquinha 1 são as palestras do Lula no valor de R$ 200 mil.)
Outro diferenciado também é Pimenta Neves. Jornalista e assassino, apenas depois de uma década foi enfim preso.
Mas não é só o Brasil que tem esse privilégio dos diferenciados. O francês Dominique Strauss-Khan, presidente do Fundo Monetário Internacional, também faz parte desta lista. Recentemente se envolveu em estupro contra uma camareira no hotel em que estava hospedado.
Este caso francês, se fosse no Brasil, dificilmente teríamos o criminoso preso. Pelo contrário, ele até seria enaltecido por alguns políticos. Ao menos lá na França esta gente diferenciada é punida de maneira igualitária sendo rico ou pobre.
Há alguns dias Brasília fez um encontro com os prefeitos de todo o país. De tão diferenciados que são, alguns serviços extras foram contratados de cidades vizinhas. Ônibus com prostitutas vieram da cidade de Goiânia “reforçar” o estoque em Brasília para suprir a demanda dos prefeitos. Uma grande farra interestadual! Sempre paga com nosso dinheiro é claro.
É meus amigos. O Brasil está cheio de gente diferenciada. Alguns estão em Higienópolis, mas a maioria está em Brasília e nas prefeituras e câmaras espalhadas pelo país!
Antonio Gelfusa Junior é diretor de marketing do SP Grupo de Jornais (SP Jornal, Jornal de Vila Carrão, Jornal do Tatuapé e Jornal de Vila Formosa).