A zona leste de São Paulo, a partir do momento em que teve a notícia que seria protagonista da abertura da Copa de 2014, passou a receber grandes transformações na área de projetos e prestações de serviços.
A especulação imobiliária cresceu muito e já era esperada. A demanda por serviços de alimentação, higiene e limpeza, insumos, objetos e adereços também já estão sendo planejadas por micro, pequenos e médios empresários da região.
A prefeitura deu garantias, descontos e isenções para que a obra fosse realizada e os holofotes do evento já começam a pressionar a administração pública da cidade e do estado para soluções em outras áreas.
Ter o estádio pronto a tempo, bonito, elegante e de primeiro mundo é o que menos preocupa a população de São Paulo.
A grande questão é saber se a segurança será suficiente para acompanhar todos os torcedores, brasileiros ou estrangeiros, pelo raio de alguns bons quilômetros em torno do estádio. É preciso saber também se as obras de fluidez do trânsito naquela região serão efetuadas. Grandes avenidas, cruzamentos e tráfegos alterados e alternados serão necessários para que as proximidades do estádio não se transformem em um grande gargalo.
Segundo o governo do estado, a estação Corinthians Itaquera do metrô, ligada à CPTM, tem condições de esvaziar um público de 50 mil pessoas em menos de 1 hora, contando com a saída do estádio e a utilização das opções de transporte.
Quanto ao Metrô e a CPTM, de fato, é possível sim alcançar estas metas, até pelo fato de que a estação está preparada para este fluxo de pessoas.
O que não parece estar adequado ao fluxo são as avenidas que ligam ao espaço, como a Radial Leste, por exemplo. Pontos de ônibus, vans e taxis podem até serem suficientes, mas a vazão destes carros no já conhecido trânsito caótico da zona leste nesta avenida não permitirá a fluidez necessária.
O novo prefeito da cidade tem projetos para o trânsito da cidade. Algumas soluções de curto prazo precisam ser implementadas e testadas desde agora, até para que se veja o que será possível fazer em pouco tempo para que a situação seja a menos complicada possível.
Independente da Copa de 2014, o problema do trânsito na zona leste vem crescendo de 10 anos para cá.
As estações de metrô prometidas pelo governo através na linha branca, expansão da linha verde, além dos monotrilhos, devem ficar prontas em “doses homeopáticas”, que podem levar de 2 a 8 anos cada parte de projeto. Tempo insuficiente e que não acompanha o crescimento desenfreado da população e de carros na cidade.
Liberar créditos, isentar impostos e financiar uma obra como esta é um dos menores problemas causados pelo evento. É preciso saber o que vai se fazer para que a zona leste realmente aproveite o investimento realizado e saber se o mesmo realmente será destinado para obras e benfeitorias e não para as mãos de políticos e gestores esportivos corruptos.
Romário, deputado federal, que vem se destacando com atuação exemplar, disse que os estádios da Copa estão custando 3 vezes mais que em outros países e que muita gente está ganhando dinheiro com a corrupção das obras.
Infelizmente, disso todos nós já sabíamos.