Joaquim Barbosa é ministro do Supremo e tem a cara do Brasil bom. O Brasil dos negros e brancos, o Brasil da esperança por dias melhores e o país do patriotismo. Assim como Fernando Gurgel, que é procurador e que investigou e ofereceu as provas ao Supremo para o tão esperado julgamento do mensalão.

Lewandowski e José Dias Antonio Toffoli, são talvez a cara do Brasil ruim. Para surpresa da população, estes ministros votaram, em um dos diversos processos, contra a condenação do publicitário Marcos Valério e João Paulo Cunha –  deputado que foi presidente da Câmara. Aliás, este último que além de influente e grande articulador do Partido dos Trabalhadores na era Lula, teve e ainda tem – garante a grande imprensa –  forte intimidade com Lewandowski. Até fotos tiradas ao lado do amigo mostrando certo grau de intimidade apareceram nos jornais esses dias.

Os ministros Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia votaram a favor da condenação dos réus após argumentação do relator Joaquim Barbosa. Ambos, exemplos de patriotismo e cumprimento real de suas obrigações como membros da justiça brasileira.

Muitos não gostam de envolver Lula neste “balaio”. Muitos nem ligam para o assunto. Porém, muitos querem vê-lo investigado e até desmentido.  Se já não bastasse esta grande discussão, Lula, em entrevista ao The New York Times, nesta semana, teve a infelicidade de dizer que o mensalão não existiu.

É incrível! Lula, no auge de sua vida, passou por toda dificuldade com problemas de saúde nos últimos meses, é pai e avô de uma considerável e importante família, fez sim boas ações como presidente e marcou a história com um governo popular, mas mesmo assim, ainda tem a capacidade de mentir ao povo desta maneira.

Este mesmo ex-presidente, que orgulhava-se de criticar a corrupção e figuras emblemáticas do assunto como Paulo Maluf, se deu ao deleite de criar a ponte para a aliança de seu candidato Fernando Haddad com o próprio Paulo Maluf para prefeitura de São Paulo.

A Aliança entre Maluf com Haddad, conhecida nos bastidores como “Maldaad”, não pode ser vista com bons olhos pela população paulistana. Por tudo que esta cidade já passou em termos de (má) administração pública com Pitta, Maluf, Marta entre outros.

Enfim, os fins não podem justificar os meios. E não podemos dizer que Haddad não é bom candidato. A questão é que o próprio partido não queria e ainda não quer ou aceita a integração de Maluf na base da campanha. Lula foi o culpado disso. Ele queria muito o seu candidato nas urnas de São Paulo. Participa do horário eleitoral e pede voto ao seu candidato.

Voltando ao mensalão, o mesmo teve comprovada sua existência pela procuradoria geral da república há alguns anos. Hoje, o escândalo está sendo julgado pela maior corte de justiça do país e não é possível que esta hipocrisia continue existindo por parte do ex-presidente.

José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Silvio Pereira e tantos outros ainda serão julgados. São muitas as provas, escutas, ligações, comprovantes bancários que condenam a atividade destas pessoas. E mesmo assim será que é possível um ex-presidente dizer que a farra da corrupção não existiu?

Manter este discurso, de não saber de nada, e de que não sabia de nada, até vai.

Alguns acreditam que ele não sabia, muitos acreditam que sabia de tudo, mas ainda é aceitável este tipo de argumento. Afinal, todos são inocentes até que se prove o contrário.

Agora não aceitar a existência do escândalo do mensalão é um grande desrespeito a moral do povo desta nação.

É lamentável, mas Lula mentiu ao povo brasileiro. 

Antonio Gelfusa Junior  é diretor  de marketing do SP Grupo de Jornais  (SP Jornal, Jornal de Vila Carrão,  Jornal do Tatuapé e Jornal de Vila Formosa).