Há 4 meses estudantes do Chile manifestam o desejo de ter o ensino superior daquele país de graça, ou seja, público. Atualmente as reivindicações se concentram na intenção de se ter 60% de bolsas integrais para os alunos de origem pobre e menos favorecida. O governo chileno, atualmente, tem a maior parte das universidades no país particulares e diz ser impossível atender as necessidades dos estudantes. Professores e especialistas em educação daquele país acham justo e coerente para o país as manifestações dos jovens em prol do futuro do Chile e deles mesmos. Apenas os políticos de lá não enxergam!

O Brasil tem um grande déficit educacional, mas conseguiu iniciar alguma mudança criando parcerias com as instituições particulares oferecendo isenção de alguns impostos com a contra-partida das bolsas de ensino serem destinadas para jovens que estudaram no ensino público.

Esta atitude resolve um próprio problema do governo que não investiu em educação há décadas, mas conseguiu pensar uma solução pontual levando em conta a grande necessidade do país.

O que me chama atenção no Chile é a persistência da manifestação que continua firme e forte. Este povo sofrido é o mesmo que perdeu milhares de pessoas para a ditadura do ex-general Pinochet com o golpe de estado financiado pelos EUA em 11 de setembro de 1973. Hoje já se foram 10 anos que o EUA, na mesma interessante data, 11/9, tentam combater um terrorismo que eles também sempre praticaram pelo mundo.

Voltando ao Brasil, após os caras pintadas que derrubaram Collor, as manifestações aconteciam só na internet ou mesmo de grupos radicais de esquerda que muitas vezes são fomentados por outros interesses.  Por que são tão poucas as manifestações já que temos tanta corrupção em Brasília?

Juscelino Kubitschek, em 1960, como estratégia, levou a capital para o centro de suas terras, o que evita invasões e ataques de inimigos e também evita manifestações de seu povo, que vive distante por causa das grandes capitais.

Entretanto, após anos de evolução, Brasília hoje conta com muitos habitantes, e em 7 de setembro último, organizaram uma manifestação que lavou com água e sabão as rampas do planalto. Manifestação esta de dar orgulho, afinal, os escândalos de corrupção nos ministérios não cessam e o Brasil vive uma eterna crise de roubalheira desde os tempos de império que se intensificaram no mensalão do Lula, ex-presidente que ainda assombra as dependências e seus comandados.

Assim como é um absurdo o governo Chileno dizer ser impossível ter universidade pública para todos, é um absurdo ainda maior Dilma Roussef dizer não ter recursos para saúde sugerindo então mais impostos e arrecadações.

Se Dilma preocupar-se menos em proteger seus parceiros de partido e procurar fechar as torneiras da corrup­ção, com certeza, teremos recursos de sobra para construir mais hospitais e investir de verdade na saúde.

O político que rouba milhões influencia a vida de milhares de pessoas. Quando ele rouba, pessoas morrem por falta de atendimento médico, moram embaixo da ponte por falta de habitação, morrem no trânsito por rodovias mal cuidadas, vivem à marginalidade, enfim.

Prisão perpétua é pouco para quem cria a infelicidade de trabalhadores honestos. Precisamos manifestar mais!

Antonio Gelfusa Junior  é diretor  de marketing do SP Grupo de Jornais  (SP Jornal, Jornal de Vila Carrão,  Jornal do Tatuapé e Jornal de Vila Formosa).