Recentemente, uma nova lei entrou em vigor na Califórnia que permite aos médicos prescreverem uma dose letal de drogas a pacientes terminais que desejam morrer de acordo com seus próprios termos.

Embora o debate público em torno dessa questão continue a se concentrar no direito de morrer, talvez agora seja oportuno para examinar a questão, menos comentada, sobre o desejo de morrer.

Infelizmente, a tendência é entrar nesse debate com mais do que a opinião própria ou, pior ainda, a condenação de qualquer pessoa que não compartilhe da mesma crença, prestando pouca ou nenhuma atenção àqueles que realmente lutam contra esse desejo. Nenhuma dessas atitudes ajuda.

Levando-se em conta que a pessoa em questão esteja enfrentando um problema físico insuportável, o que se faz mais necessário é a compaixão, e não a opinião de alguém.

A compaixão tira a conversa do debate público e a leva a uma comunicação mais individual, mais útil, e inclui um desejo genuíno de eliminar o medo fundamental que permeia a luta da pessoa em questão.

Claro, é mais fácil falar do que fazer.

Para Mary Baker Eddy, uma mulher que enfrentou muitas dificuldades, perdas trágicas, pobreza e doença crônica durante a primeira metade de seus quase 90 anos, a resposta veio através de pura inspiração. Depois de décadas de estudo da Bíblia, ela chegou à conclusão de que não existe morte, de que a vida continua e que todos somos beneficiados com essa percepção, não só no além, mas também aqui e agora.

“Quando se aprender que a doença não pode destruir a vida e que não é pela morte que os mortais são salvos do pecado ou da doença, essa compreensão nos despertará para uma vida sempre nova”, escreve ela em Ciência e Saúde. “Superará tanto o desejo de morrer, como o pavor ao túmulo, e destruirá assim o grande medo que aflige a existência mortal”.

Eddy considerou sua revelação uma verdadeira “árvore da vida” que a capacitou a triunfar sobre seus próprios desafios e a ajudar outros a vencer os deles.

Em vez de começar mais um debate sobre o que fazer, talvez o melhor seja cada um tomar a medida que pareça a mais razoável e a mais inspirada no momento, e estar disposto a olhar para a vida de uma maneira nunca antes considerada.

Talvez a conversa mude do chamado direito de morrer, para o direito de viver.

Eric Nelson, como Comitê de Publicação da Ciência Cristã para o norte da Califórnia, escreve sobre a conexão entre a consciência e a saúde.