O 45º episódio do podcast Liberdade em Foco teve como tema “o eixo China-Rússia”. Durante a conversa, foram debatidas as relações entre os dois países e como a crise na Ucrânia influenciou o posicionamento chinês no cenário internacional. O conteúdo está disponível no Spotify e no site da Fundação da Liberdade Econômica (FLE).
Promovido pela fundação que é um centro de pensamento e formação de lideranças políticas, o programa é coordenado pelo presidente da instituição, Márcio Coimbra e, desta vez, contou com a participação do embaixador e professor de Ciências Políticas e Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Marcio Cambraia.
Apresentando a estabilização da China nos últimos 30 anos como uma potência internacional que se equipara à relevância dos Estados Unidos, Coimbra afirmou que “do ponto de vista econômico, ambas as nações poderiam ser parceiras. No entanto, há uma situação de rivalidade que une os governos chinês e russo contra os EUA”.
Mesmo que a situação repita uma bipolaridade remontando os tempos da Guerra Fria, algumas características diferem a realidade atual daquela que ocorreu após o fim da Segunda Guerra Mundial. A presença de outras grandes potências, como França e Reino Unido, mitiga a rivalidade entre Ocidente e Oriente.
Até mesmo a existência de potências medianas, como a Índia, a África do Sul e o próprio Brasil, são importantes para relativizar a dicotomia entre as economias chinesa e estadunidense.
O comércio é outro fator que pode estar influenciando o posicionamento da China diante do conflito e as sanções adotadas por muitas nações ocidentais. Como explica o expert Cambraia, “assumindo atitudes pragmáticas, o governo chinês tem se colocado discretamente a favor da Rússia, mas internacionalmente não toma um partido mais direto”, disse.
Continuando as análises sobre a atual realidade diplomática, os especialistas concordam que a atitude chinesa demonstra seus objetivos em relação aos dois grupos discordantes. Se por um lado é positivo que a Rússia se coloque em oposição aos antigos inimigos do grande tigre asiático, por outro também é interessante que novos vínculos comerciais sejam estabelecidos com a Europa.
O mais preocupante disso tudo, segundo Cambraia, está no comportamento ofensivo apresentado pelo Kremlin nos últimos anos. As tensões que surgiram na região explicam como o Ocidente tem medo de uma ameaça oriental, que pode ser entendida quando se considera o eixo China-Rússia.
“Enquanto a Rússia tem uma economia fraca, mas um exército bem equipado, a China, além do poderio militar, possui uma economia expressiva. As coisas pioram para o lado de cá na medida que Putin se considera como o predestinado a resgatar a antiga glória da União Soviética”, assegurou ele.
Concluindo o debate, o embaixador afirmou que as ofensivas militares preocupam não somente os Estados Unidos, mas também as nações de todo o mundo que passaram a dedicar uma porcentagem maior do PIB para aprimorar e modernizar os seus exércitos.
O bate-papo completo pode ser conferido no podcast Liberdade em Foco. O programa busca trazer à luz discussões atuais e o exame histórico de temas importantes para a liberdade econômica e o conservadorismo institucional com a avaliação de especialistas capacitados nas áreas em questão. Confira todos os episódios no Spotify e no site da FLE.
Reportagem: Da redação. Foto: Divulgação.
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