João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, se casa nesta quarta-feira, 4, com a advogada Lara Cristina Capatto. Eles convivem em união estável desde 1º de setembro de 2021 e, no mês passado, solicitaram a conversão em casamento, o que deve ocorrer no Cartório Del Fiaco, na cidade de Anápolis.
A conversão é um processo administrativo, portanto não é esperada a presença de João de Deus e da advogada no cartório. Lara Capatto é formada em Direito pela Universidade Paulista e, atualmente, é mediadora do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás. Eles se casam em regime de separação de bens. Fonte: Estadão conteúdo.
Quando se espera a altivez de uma mulher para fortalecer um segmento que busca o seu indiscutível respeito e constitucional, eis que a gente se decepciona com a notícia de casamento de uma advogada com um condenado por crimes contra centenas de mulheres.
Este é o país das incoerências, dos absurdos. Aqui tudo é possível. Vejam: infratores de todos os naipes têm regalias ou estão soltos; a Justiça se desmoraliza ao ser induzida a conceder benefícios ou liberar condenados; os advogados de bandidos ou infratores, bem remunerados, comemoram a leniência do Judiciário com seus clientes; e até advogadas se apaixonam e se casam com clientes ou criminosos presos.
Com uma pilha de crimes sexuais nas costas, João de Deus não deveria estar em prisão domiciliar. Ao se valer de advogados habilidosos em saber levantar as brechas legais ou a induzir a Justiça em equívocos, João de Deus realça a pusilanimidade de nosso Judiciário e é um dos exemplos de que criminosos, no país, gozam da complacência judicial, senão as vítimas seriam reparadas moralmente com os criminosos pagando seus crimes na cadeia.
Assim, as vítimas de João de Deus são solenemente desrespeitadas, e o carrasco é homenageado pela Justiça ao conceder-lhe prisão domiciliar, onde pôde continuar a exercitar e se valer de sua habitual lábia sexual, agora, com a advogada.
Estranha-se a legião feminina não se levantar contra a decisão judicial que autorizou o condenado João de Deus a expiar a sua pena em casa. Por outro lado, criminosos, em cumprimento de pena, deveriam ter os seus direitos civis e políticos suspensos.
* Júlio César Cardoso é servidor federal aposentado.
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Foto: Divulgação.