Jovem ilustrador da polêmica revista MAD concede entrevista.
Admirador de desenhistas como Ziraldo e Crumb, o ilustrador Jackson, que trabalha na revista MAD, concede entrevista exclusiva e fala sobre início da carreira, como conseguiu o emprego na polêmica revista e seus projetos para o futuro. Confira abaixo a entrevista completa:
Jackson, como iniciou sua carreira?
Bom, eu sempre desenhei e até por isso desde cedo quis trabalhar com desenho de alguma forma. Corri atrás de diversas possibilidades, trabalhei em outras coisas até que encontrei a ilustração pelo caminho, o que acabou sendo uma forma de reunir o prazer ao trabalho. Meus primeiros projetos profissionais foram de ilustrações para livros didáticos enquanto estava na faculdade de design em 2006 e segui por esse caminho durante algum tempo até surgirem novas oportunidades.
Como surgiu o convite para participar da Revista MAD?
Na verdade, eu precisei correr atrás. Tenho que agradecer a oportunidade, pois importunei a vida do Raphael Fernades, editor da MAD, por diversas vezes até ele me dar um espaço na revista que naquele momento passava por um processo de reformulação. Eu confesso que para mim foi e é, um prazer muito grande desenhar para a revista que sou fã desde sempre.
Como é poder trabalhar como ilustrador em uma revista tão polemica como a MAD?
É muito instigante, realmente. As pautas são sempre muito ácidas, o que obriga a qualquer um sair de zonas de conforto. Vale salientar que existe um trabalho muito grande de toda a equipe para manter a revista com seu conceito original ainda que voltada para a atualidade.
Como é o desenvolver das matérias e ilustrações? Quais são suas referências?
A cada edição é um trabalho que começa do zero. Procuro sempre abordar um tema relevante para aquele momento e alinhar isso com o conceito central da MAD que é tirar sarro de tudo. Muitas vezes o Raphael Fernandes sugeri temas e juntos, chegamos num resultado. Sobre referências, gosto muito de pesquisar e tenho muitos nomes que considero como referências, mas posso citar os mestres Ziraldo e Crumb como artistas que admiro desde a minha infância.
Conte-nos um desafio seu referente a revista MAD?
Não são poucos. Vejo que a equipe toda se supera a cada edição pra manter a revista interessante para assim agradar ao público fiel e atrair mais leitores. Particularmente, me esforço para não repetir ideias e propor coisas realmente engraçadas, o que sem dúvida é o maior desafio.
Você desenvolveu ilustrações de dois livros para a Editora Duna Dueto. Como foi fazer esses projetos?
Foi muito importante para minha carreira. Ilustrei dois livros de autoria do Emerson Machado pela editora Duna Dueto: O Investigador de Sótão, lançado em 2009 e A Rua número 12, lançado em 2012. Essa parceria tem sido muito interessante para mim, no processo de desenvolvimento dos dois livros pude atuar com muita liberdade e isso é muito gratificante para um ilustrador, tanto a editora quanto o Emerson Machado dão ótimas condições para troca de ideias e experimentação sem deixar de buscar a melhor solução para o livro.
Quanto tempo em média você desenvolve uma ilustração para os livros e para a Revista MAD?
O tempo necessário para desenvolver ilustrações para livros depende muito do projeto, no caso dos livros que fiz junto à editora Duna Dueto, cada livro, demorou alguns meses para ficar pronto, pois passamos por um processo paulatino de desenvolvimento que transcorreu entre estudos, esboços, alterações e finalização. Para a MAD, a pegada tem de ser diferente, lidamos com prazos muito apertados, então costumo a fazer o trabalho em dois ou três dias.
Quais seus projetos para esse ano?
Tenho muitas coisas em mente. Ideias para a MAD não faltam, também estou pensando na ideia de parceria para um novo livro. Mas meu principal projeto para esse ano se chama Flivo, a empresa de artigos para presentes que fundei junto à designer Caroline Duran no final de 2012. Estamos muito empolgados com os designs das almofadas, canecas entre outros produtos que fizemos e principalmente, com a aceitação deles por parte do mercado. Ainda dentro da Flivo, pretendo fazer projetos para apoiar o quadrinho nacional (novidades em breve), pois, assim, além de mostrar o meu trabalho ajudo a divulgar grandes quadrinistas que levam essa missão.
Para finalizar, quais os links e meios de comunicações onde podemos seguir seus trabalhos?
Vocês podem curtir a minha FanPage em www.facebook.com/jacksonilustra e me seguir no Twitter com @jacksonilustra.
Reportagem: Rita Gabriele Zuini. Foto: Divulgação.