Para os que acreditam na data, o natal, de fato, recebe um apoio da publicidade do mercado e acaba sendo um grande momento onde familiares, amigos e conhecidos, de alguma maneira, reatam relações, pedem desculpas, perdão por erros e deslizes cometidos, se encontram após muitos anos distantes, se divertem, choram, riem, comem, bebem, enfim. Cada um passa de diversas maneiras. Uns com a família do namorado, da namorada, do marido, da esposa, da família do amigo, do vizinho, do cunhado, do irmão e por aí vai. Quanto mais chegarem, melhor!

Às vezes trata-se de uma data triste pelo fato de muitas vezes não termos próximos pessoas que estão em algum outro lugar, distantes, ou mesmo que não fazem mais parte de nossa convivência. Ou mesmo pelo dia da festa alguns estarem trabalhando.

Uma vez, me lembro que na rua em que moro, no dia de natal, uma mulher bem vestida, desceu correndo e sangrando no rosto, perguntando onde ficava a delegacia. Ela disse que o marido havia chegado alcoolizado em casa e batido nela. Faltava 1 hora para a meia noite. Ela passou Natal com o delegado e os policiais, que também não estavam com sua família!

Mas o natal, assim como o ano novo, pode e deve ser um momento de alegria e harmonia, porque algumas vezes, se desfruta de fatos alegres em conjunto daqueles que se tem apreço. E é claro, a felicidade acompanha o processo. E isso é legal! Mas também deve ser de reflexão, em alguns casos, para aqueles que se preocupam com o próximo, com aqueles que estão às margens da sociedade, excluídos, sem oportunidades e assediados pelas campanhas de rua e de televisão que mostram natais perfeitos, fartos e, na maioria das vezes, nem sempre é perfeito como todos gostariam.

Um dos fatos que todos nós, habitantes do planeta terra, precisamos levar em conta, já que falamos de reflexão, é que nestas épocas de festas algo toma as mentes de boa parte das pessoas: o consumismo!

Sem dúvidas dar e receber presentes é algo que deixa o dia mais saboroso e que para alguns traz muita alegria. Quem não gosta de uma lembrança? E também não quero entrar no mérito de que alguns são ou não felizes com bens materiais. Minha idéia não é essa. A questão é que a cada dia são milhares e milhares de roupas, milhares e milhares de carros, bilhões e bilhões de litros de cosméticos, enfim, muitos produtos migrando das prateleiras para nossas casas, e conseqüentemente, seus restos e embalagens migradas para o lixo e para o meio ambiente.

São muitas sacolas, sacos que envolvem os produtos, papelão e etiquetas. Cada vez mais toneladas e toneladas envolvem marcas ou até mesmo pequenos objetos. Neste final de ano, seja qual for sua crença ou mesmo sua religião, dê um grande presente a todos, além de dizer palavras bonitas que expressem seus sentimentos, mostre também uma atitude que pode ser um ótimo presente: reduzir um pouco o consumo ajuda de alguma maneira a começar um novo ano presenteando o meio ambiente e as próximas gerações!

Estas próximas gerações podem sim sofrer com as festas de final de ano quando nossos recursos naturais estiveram mais escassos e os fenômenos climáticos forem cada vez mais intensos! Boas festas a todos nós!

Antonio Gelfusa Junior  é diretor  de marketing do SP Grupo de Jornais  (SP Jornal, Jornal de Vila Carrão,  Jornal do Tatuapé e Jornal de Vila Formosa).