A Prefeitura de São Paulo inaugurou, recentemente, mais uma unidade do Rede Cozinha Escola, na Pedreira, Zona Sul, com um almoço no Centro de Convivência Itatinga. O programa tem por finalidade produzir refeições para a população vulnerável da cidade e fornecer capacitação para a área de serviços de alimentação, em parceria com Organizações da Sociedade Civil (OSC).
A OSC responsável pela nova unidade é o Centro de Convivência Itatinga, parceira da Prefeitura de São Paulo na gestão de uma creche. Durante a inauguração, o prefeito Ricardo Nunes apontou algumas das diversas ações que a Prefeitura de São Paulo realiza com foco na segurança alimentar. “A gente soma esse trabalho da Cozinha Escola com a Cozinha Cidadã, que são 53 restaurantes que a Prefeitura contratou em todos os cantos da cidade para o fornecimento de 200 refeições, além das sete mil cestas básicas distribuídas todos os dias para várias entidades”, contou Nunes, detalhando que serviços como Centros para Crianças e Adolescentes (CCAs), Centros de Acolhida, Hotéis, Vilas Reencontro, entre outros serviços, também fazem a distribuição de refeições.
As organizações participantes que se credenciaram no Rede Cozinha Escola são entidades sem fins lucrativos, sociedades cooperativas e organizações religiosas que se dedicam a atividades ou projetos de interesse público e de cunho social. O programa foi lançado em 19 de julho deste ano e já conta com 51 organizações parceiras produzindo e distribuindo refeições. Até o fim da semana, serão 53 unidades, sendo duas inauguradas na Penha e Itaim Paulista, na Zona Leste, e outras 7 vão entrar no programa em janeiro, totalizando 60 OSCs.
As OSCs que já têm cozinhas funcionando vêm se tornando referência não só pelas refeições de qualidade, mas também por proporcionar educação alimentar, acolhimento, respeito e dignidade.
O poder público, por meio da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC) e da sua Secretaria Executiva de Segurança Alimentar e Nutricional e de Abastecimento (SESANA), ajuda na reforma e adaptação das cozinhas comunitárias para a produção e distribuição das refeições em diferentes regiões da cidade de São Paulo.
“Cada cozinha atende o público daquela região, que pode ser de pessoas em situação de rua e que não vão precisar comer de pé na calçada. Todos podem se alimentar, lavar as mãos, se sentar a mesa com outras pessoas ou levar a refeição para viagem”, apontou Soninha Francine. “Estamos falando da criação de postos de trabalho, formação para trabalho em serviços de alimentação e um fortalecimento comunitário”, completou.
Pela parceria, cada Organização da Sociedade Civil recebe recursos para contratar trabalhadores e deve assegurar a oferta de no mínimo 400 refeições diárias, de segunda a sábado, segundo as necessidades da comunidade ou do grupo social assistido, de acordo com os padrões estabelecidos pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania.
“O que se produz hoje na rede se produz com qualidade e é isso que nós vamos buscar, a qualidade da alimentação. Não é só entregar. É você estar junto ali e com o coração estar produzindo isso”, explicou o secretário executivo de Segurança Alimentar e Nutricional e de Abastecimento, Carlos Eduardo Fernandes, afirmando que 63% das entidades participantes já aderiram à segunda-feira sem carne.
Qualificação profissional
Cada OSC também receberá três beneficiários do Programa Operação Trabalho (POT), que participarão das formações em serviços de alimentação, de responsabilidade da SMDHC ou instituição parceira, para exercer atividades no dia a dia da cozinha.
Uma delas é Luana Cordeiro Jatoba, 26 anos. “Estamos iniciando hoje esse projeto que vai ajudar muita gente nessa região com tantas pessoas que necessitam de alimentação”, conta Luana, contratada por meio do Programa Operação Trabalho.
“Além de distribuir refeições balanceadas, o Rede Cozinha Escola fortalece os vínculos na comunidade e a economia local, com a geração de empregos e a aquisição de produtos, além de se constituir em uma base para atividades empreendedoras. Promove também a educação em alimentação e sustentabilidade, além do fortalecimento da comunidade”, explicou Soninha Francine, secretária de Direitos Humanos e Cidadania.
A responsável pelo Centro de Convivência Itatinga, Maria de Lourdes Teixeira Brito, é moradora da região da Pedreira há mais de 40 anos. Ela conta que a sua mãe trabalhava na zona agrícola, cuidou com muita dificuldade de 14 filhos e a todos deu o que comer. “Criou os filhos com o trabalho duro no cabo da enxada. Ela estaria muito orgulhosa de ver o que conseguimos realizar aqui”, afirma.
“Eu sei o que é passar fome. É por isso que hoje, eu faço esse trabalho com muito amor, para que eu possa levar comida para a mesa das pessoas. Eu devo muito a esse projeto”, afirmou Maria de Lourdes durante a entrega nesta terça.
Elogios
Quem almoçou no restaurante nesta terça-feira fez vários elogios à iniciativa e à qualidade da refeição. “A comida aqui está perfeita, melhor impossível. Pretendo voltar aqui todos os dias, de segunda a sábado”, disse a cabeleireira Valéria Morgana.
A aposentada Vicentina Benta Barbosa, 75 anos, também pretende voltar. Vou almoçar aqui hoje e todos os dias, estou muito feliz com esse projeto”, elogiou.
Reportagem: Da redação. Foto: Divulgação.
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