O que mais tem chamado a atenção da mídia nas últimas semanas é o excesso de tolerância e conivência das autoridades e da população.

Engraçado que o homem que vendeu uma arma para o psicopata que protagonizou a tragédia de Realengo foi preso rapidamente. Conseguiram achar quem o fez. Uma investigação até então nada complexa, porém, quando há interesse público, se acha fácil e se prende rápido. Somos o país da Justiça, para o que interessa é claro!

Aliás, se o assassino estivesse vivo, seria melhor tratado do que eu na minha casa. Ironia à parte, mas ele teria comida, salário pago pelo Estado para a família dele e também a proteção de um “tal” de direitos humanos, que adora amparar este tipo de gente, pessoas que intermedeiam a morte por R$ 10,00, e escolhem este valor do que manter a vida de um chefe de família homem ou mulher. Pergunte a alguém que já foi assaltado e que já teve arma apontada para sua cabeça e de seus filhos. Pergunte o que eles acham de tantos direitos para esta gente. Tudo isso porque a lei e a sociedade, como sempre, é tolerante!

Veja só, estes dias a Polícia Federal emitiu um relatório onde comprova que nosso ex-presidente, Luis Inácio Lula da Silva, sabia sim do mensalão.

As investigações em torno do presidente Lula foram intensas durante quase todo o perído antes do segundo mandato. A população teve a oportunidade de fazer justiça, no caso, evitando a eleição do dito cujo para 2006/2010. Não o fez! A sociedade acreditou nele quando dizia quando não sabia, isso nas raras vezes que concedia entrevista. Talvez pela vergonha, talvez pela pressão da mídia, talvez para que caia no esquecimento – brasileiro tem memória curta. Quem era Lula mesmo? Já esqueci!

É preciso reconhecer coisas boas que ele fez, mas nem por isso temos que ser conivente com coniventes. É a mesma coisa que aceitar o famoso “rouba mas faz”!

Todos foram tolerantes, afinal, ainda Lula é tido como herói e recebe R$ 200 mil por palestra dada. Eita “boquinha” boa! Ser conivente de coisa errada hoje é sinônimo de premiação!

Mas como culpar o povo todo? O mesmo povo que reelegeu Lula, comprovadamente conivente com o mensalão – segundo nossa Polícia Federal, é o mesmo povo que reelegeu Paulo Maluf, que elegeu Pitta, que elegeu Collor, que ainda elege Sarney, que ainda elege Genoíno, e que também elegeu Tiririca.  Nós temos hoje um senado e a Câmara que representa grande parte da população.

Enquanto as pessoas acharem normal subornar policial, pagar propina para os próprios interesses, roubar energia, água, TV à cabo, entre tantas outras coisas, não poderemos criticar os políticos que lá estão.

Além de representantes, eles são, literalmente, a imagem do povo.  Eles são reflexo do que se faz na sociedade no dia-a-dia!

Conivente e tolerante este povo, não é mesmo?

Antonio Gelfusa Junior  é diretor  de marketing do SP Grupo de Jornais  (SP Jornal, Jornal de Vila Carrão,  Jornal do Tatuapé e Jornal de Vila Formosa).