Não há zona de conforto no atual Palmeiras. Há apenas uma enorme zona. O que aponta ser um conforto, logo acaba sendo poluído pelo deficitário e viciado sistema interno do clube mais explosivo do país. Cesar Sampaio, gerente de futebol e ídolo alviverde como jogador, surgiu ao final da temporada 2011 como salvador da pátria. Até conseguiu acertar o clima entre jogadores e comissão.

Não a toa a zona que se desenhou ser de conforto durante os mais de 20 jogos de invencibilidade se deu imediatamente após sua chegada. Entretanto, mais uma vez, da zona de conforto sobrou apenas a zona corriqueira. Não que seja culpa do Gerente de Futebol. Sampaio demonstra ter boa vontade. Mas pode ser que lhe falte traquejo na função. Mogi- Mirim não é Palmeiras. Nem que fosse a Seleção Brasileira.

Hoje nada se compara a pressão que recai sobre os ombros de um dirigente (de bem) alviverde. Sampaio deslizou no discurso. Sustentou, ao lado de toda a comissão técnica, inclusive Felipão, de que não havia lista de dispensa. De que não havia mais dedo duro infiltrado no clube. Os nomes de Fernandão, Chico, Gerley, Tinga e Ricardo Bueno eram apontados como dispensas certas. Corriam na mesma mão da solicitação de Felipão por um novo nome para o ataque. Não que as dispensas desses nomes não fossem necessárias.

Nenhum deles fez algo para que pudessem ser sustentados junto ao elenco. Inclusive tem mais gente que precisa sair junto. Mas o fato é que em meio a decisões no Paulistão e Copa do Brasil esse tipo de situação só tem a agravar o já pálido ambiente palmeirense. Desmentir as informações e dias depois todas elas se confirmarem é pior do que admitir que a caça ao “cagueta” falhou e que ele continua levando os assuntos internos para o conhecimento de todos. O Palmeiras é terra de ninguém, mas tá cheio de gente querendo mandar. É uma zona de eterno desconforto.

João Paulo Tozo, publicitário, é administrador do Portal Ferozes Futebol, colunista do canal Esporte Interativo e do portal SP Jornal.