Humorista fala da carreira, de seus personagens e de seu stand-up.

A atriz e escritora Marlei Cevada, a Nina de “A Praça é Nossa”, iniciou sua carreira em 1989. Formada pela escola de TV e Teatro Incenna, Marlei também faz parte do elenco do show de stand-up “Humor de salto alto”, em São Paulo. Confira abaixo a entrevista:

Qual foi o seu primeiro contato com o stand-up?
Em 2011, a atriz Micheli Machado me azucrinou as ideias para eu fazer stand-up, e eu rebatia: “não sei fazer isso”. Ela insistiu, pediu para que eu escrevesse um texto e então me apresentasse no Bar Beverly Hills, onde é proprietária e também se apresenta em seu show “Humor de Salto Alto”, composto só de mulheres. Fiz o texto e me apresentei. O que funcionou ficou e hoje faço parte desse show.

Na criação de novos personagens, onde você se inspira?
Alguns atores criam primeiro a forma, a característica, o layout do personagem, depois vem o texto. Outros têm o texto pronto e partir do que for tratado no texto, dá vida ao personagem. Eu já usei as duas formas pra criar personagens. Não deixo nada de bobo, idiota, besta e situações divertidas e absurdas passarem batido, tudo isso funciona muito bem pra criar situações, na vida do personagem.

Qual a diferença do stand-up de cara limpa e com personagens?
Stand-up de cara limpa já diz tudo, de cara limpa, sem adereços (perucas, figurinos, etc). É você e um microfone. Tem que ser texto próprio, sem piadas já contadas e conhecidas. Já o personagem não faz stand-up, faz um “solo” ou cena, e aqui sim é permitido usar e abusar de adereços, postura corporal, sotaque, interpretação de piadas, etc.

Qual foi o seu primeiro contato com a televisão?
No final de 2009, num concurso de humor do Programa Silvio Santos.

Pra você, qual a principal diferença de estar no teatro e na TV?
No teatro você faz o mesmo texto e o público muda. Na TV, você tem que inovar o texto porque o público é o mesmo. A TV é uma grande vitrine para as pessoas irem ao teatro ver o trabalho do artista de perto.

Qual dos seus personagens você mais gosta e porquê?
Todos! A Nina é minha “filha”, mas o Sangue é meu xodó, acho que por ser o único personagem masculino, me jogo na brincadeira sem dó.

Como é poder contracenar com o marido e cunhado?
É duplicado, digo, complicado… rs! É tranquilo, um ouve o que o outro tem a dizer, acrescentar, ideia, piada, e as coisas só funcionam em comum acordo, mas como sou a “mulherzinha” do trio, eu sempre acabo enchendo o saco em relação aos mínimos detalhes, coisa que para homem passa batido, né?!

Qual foi a sua maior realização profissional?
Contracenar com Carlos Alberto de Nóbrega e ter interpretado a Chiquinha no Chaves Brasil!

Como foi a experiência de interpretar uma das personagens mais queridas de todos os brasileiros, a Chiquinha?
Foi tudo, foi incrível, um presente que o SBT me deu!

Os roteiros das peças são seus, como funciona?
Temos “Marley&Eles” e “Nina num show nadaverrr!”. No “Marley& Eles”, eu, meu marido Mauricio Sampaulo e meu cunhado Théo Ribeiro resgatamos cenas nossas já prontas com a “costura” da empregada Marley que foi criada exatamente para essa peça. Nesse espetáculo, o roteiro é assinado pelos três. Já no “Nina Num Show Nadaverrr”, é um pocket show, onde os personagens se apresentam solo.

Quais os canais para o leitor seguir seus projetos?
Meu site é www.marleicevada.com.br, meu twitter é @MarleiCevada e meu Face é Facebook.com.br/marleicevada.

Reportagem: Rita Gabriele Zuini. Foto: Divulgação.