Hoje, está muito bem estabelecido que saúde envolve um amplo conceito. Por isso, não há como não falar sobre o cérebro quando falamos em vida saudável.

Um dos grandes medos de muitas pessoas é sofrer limitações cognitivas, que comprometam a qualidade de vida, como demências e perdas significativas de memória. Vivemos muito associados à nossa capacidade de pensar, de decidir, e a sensação de perder a confiança em sua própria cabeça é algo muito triste.

Nos últimos dez anos, a pesquisa acerca da influência da atividade física sobre as funções cognitivas e seu potencial na prevenção de perdas funcionais tem evidenciado que ser ativo, fisicamente, contribui com o desenvolvimento do cérebro ao longo da vida.

Patologias como hipertensão, diabetes e dislipidemia aumentam o risco de desenvolvimento de demências na velhice, e o condicionamento cardiovascular, por outro lado, auxilia no controle ou prevenção dessas doenças, favorecendo a melhor vascularização do cérebro e otimização do metabolismo cerebral, e reduzindo as chances de se desenvolver demências.

Muitos estudos nos mostram a forte evidência de que o treinamento resistido também produz efeitos benéficos sobre funções cognitivas.

A recomendação é de que se faça uma combinação entre exercícios aeróbios, resistidos e cognitivos, que envolvam consciência, atenção e coordenação para otimizar os benefícios da atividade física na prevenção de perdas significativas.

O exercício também contribui para a capacidade dos neurônios de construírem novas redes de conexões entre si, novas sinapses, que garantirão a manutenção ou o aprimoramento de funções importantes.

Tantos benefícios para o cérebro se traduzem em mais um grande motivo para você se exercitar! Por isso, antes de não conseguir mais se lembrar onde guardou os tênis, os tire do armário e comece a se exercitar agora!

Cristiane Peixoto é mestre em Educação Física no Envelhecimento pela USP, criadora do Método Águia – desenvolvendo idosos saudáveis, e membro do WTTC Masterminds