Com a ampliação do horário de atendimento, além da laqueadura, o HD Penha realiza atualmente mais oito tipos de cirurgia

Desde dezembro passado, quando ampliou seu horário de atendimento para 24h, o Hospital Dia Penha, da Prefeitura de São Paulo, também aumentou a quantidade de procedimentos cirúrgicos realizados, de 120 mensais para 324. Desse número, as cirurgias de laqueadura somam 15% do total realizado.

“A procura pela laqueadura é grande em nossa região, e a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) teve o olhar clínico de perceber essa demanda”, comenta o gerente de saúde do HD Penha, Vagner Serafim de Deus.

A laqueadura, com o bloqueio das tubas uterinas para impedir a fecundação dos óvulos, consiste no único método contraceptivo permanente para mulheres e é realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mediante algumas condições, como ter idade mínima de 21 anos ou ao menos dois filhos, além de um prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade pela mulher e o ato cirúrgico.

“A cirurgia é extremamente segura”, explica a coordenadora médica da unidade, Christiane Gomes Rosa, acrescentando que, “após a liberação do procedimento pela área de Regulação, o processo é rápido: entre triagem, exames pré-operatórios na unidade e o agendamento cirúrgico, são cerca de 30 dias. Já a operação dura em média 30 minutos.”

O perfil das mulheres que buscam a cirurgia, segundo a cirurgiã ginecologista do HD Penha, Larissa Bérgamo é variado, com predominância na faixa etária entre os 25 e 35 anos. A maioria já tem filhos, mas também existe um contingente de mulheres que não têm filhos e desejam fazer o procedimento.

A vendedora Girleide Rodrigues Rufino, de 39 anos e mãe de um menino de 10 anos, tinha há muito tempo a convicção de que não queria mais ter filhos. Foi a flexibilização das regras para a realização da laqueadura, a partir de 2023, no entanto, que a fez buscar sua UBS de referência para solicitar o procedimento.

“Procurei a unidade em novembro, e então passei por uma série de passos: orientação sobre planejamento familiar e métodos contraceptivos disponíveis, exames, entrevista com assistente social, consulta com médico que analisa os resultados dos exames e retorno com a assistente social, que fez o encaminhamento para o setor de Regulação”, relata a vendedora, que mora em Heliópolis.

No final de maio deste ano, ela foi chamada para o Hospital Dia Penha, onde finalizou os exames e foi encaminhada para a cirurgia. “Fiz os exames no próprio hospital e a partir dos resultados foi tudo muito rápido, já fui encaminhada para a cirurgia na semana seguinte”, conta. Ela elogia o atendimento que recebeu no local. “Correu tudo muito bem, gostei muito da equipe e da médica que fez a cirurgia”. Girleide diz sentir-se mais livre e tranquila sabendo que não precisa mais preocupar-se com métodos contraceptivos para evitar gravidez.

Laparoscopia
Mesmo com os bons resultados obtidos e os números positivos em relação à aprovação da cirurgia de laqueadura, em julho o hospital dará um passo à frente na técnica utilizada, com a adoção da laparoscopia, ou cirurgia por vídeo. “É uma cirurgia menos invasiva que a comum, e não necessita de anestesia geral; além disso, tem menos dor, sangra menos e permite ao médico uma visão melhor do ponto de ligadura das trompas”, enumera a cirurgiã Larissa.

Com a ampliação do horário de atendimento, além da laqueadura, o HD Penha realiza atualmente mais oito tipos de cirurgia, além de 21 especialidades no atendimento ambulatorial e uma variedade de 30 exames disponíveis à população, em parceria com a organização social de saúde (OSS) Seconci-SP.

Reportagem: Da redação. Foto: Divulgação.

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