Cada vez mais bandas se rendem a canções que falam de valores sociais e cristãos sem perder a essência e a sonora do Rock.
Foi-se o tempo em que o rock era associado apenas à letras agressivas ou de rebeldia. Em meio à tantas músicas de “gosto duvidoso” ou de duplo sentido que borbadeiam os nossos jovens diariamente em todos os ritmos musicais, eis que surgem bandas nacionais (seculares e cristãs),que vão na “contramão” do sistema e se rendem à canções que falam de esperança, valores morais e cristãos, sem perder a verdadeira essência do Rock.
Formada no início de 2010 e liderada pelo guitarrista Marcelo “Soldado” Nejem (ex integrante da banda Korzus), a banda Coração de Herói faz um som pesado com muita qualidade, misturando metal e hardcore. Com Marcelo Soldado e Rafael “Tomatti” nas guitarras, Paulo Mariz na bateria, Rafael Bombeck no baixo e Gustavo Tanganelli no vocal, a idéia de formar uma banda que levasse um idéia diferente e positiva à juventude, surgiu em 2007, quando uma frase entrou e não saiu mais da cabeça de Soldado “Pior do que não ter mais heróis, é não ter mais gente disposta a ter um coração de herói”.
Onde estavam as pessoas dispostas a se sacrificarem para fazer o bem, com verdadeiro coração de herói? A partir desse questionamento surgiu o nome para a banda. “Antigamente, quando éramos crianças, levantávamos da cama querendo salvar o mundo…O que houve que isso se perdeu?”,questiona Soldado.
Em seu primeiro CD, intitulado “Apocalipse VXIII”, a banda aborda temas como a realidade social em que vivemos e os valores morais perdidos. Mesmo não tendo o rótulo de “banda gospel” (apenas dois de seus integrantes frequentam igrejas evangélicas – Marcelo Soldado, que se converteu em 2007 e Rafael Bombeck, nascido em família evangélica) suas letras falam do amor de Deus.
“Eu nunca liguei para as letras das músicas, para as mensagens passadas através delas. Me importava apenas com a qualidade do vocal, do som e só. Quando aceitei o convite para tocarno Coração de Herói, eu percebi que o som era tão brutal quanto das outras bandas, só que havia uma mensagem diferente e positiva a ser passada.
As pessoas não sabem o poder que a palavra tem. Eu não tenho religião, mas hoje eu entendo isso”, relata o baterista Paulo Mariz.
Conhecido nacionalmente no início dos anos 90 por ser o vocalista e líder de uma das bandas de rock brasileiras de maior repercussão e sucesso no Brasil, Rodolfo Abrantes (ex-Raimundos), surpreendeu à todos e foi muito criticado pelos fãs quando em 2001, no auge do sucesso do Raimundos, o músico decidiu sair da banda após se converter ao cristianismo.“Eu estava no auge da minha carreira e ao mesmo tempo no momento mais miserável da minha vida. Foi muito conflitante pra mim, estava vivendo um sonho e tendo um pesadelo ao mesmo tempo.
Eu estava doente passando por uma crise no meu relacionamento. Foi nesse momento que minha esposa começou a buscar á Deus e a trazer a presença Dele para dentro da nossa casa. E em uma reunião de oração, acabei aceitando Jesus sem entender ao certo o que era isso. As mudanças em mim foram acontecendo naturalmente, a ponto de eu não caber mais no Raimundos”.
Distante dos holofotes e da mídia, em 2005 Rodolfo Abrantes partiu para carreira solo e hoje continua sua vida como missionário e músico, compondo e cantando músicas em igrejas e eventos cristãos.
As letras de “duplo sentido” ou mesmo os palavrões que o consagraram ficaram no passado e nos seus quatro albúns lançados, deram lugar para letras cristãs, que falam de Deus e da salvação através de Jesus Cristo.
Rodolfo não se considera mais uma “artista” e quer manter distância do rótulo de ídolo“Não quero mais saber de idolatria. As pessoas tem uma imagem do que eu era e isso precisa ser desconstruído, para que haja uma nova forma de olhar, não só pra mim, mas para qualquer outra pessoa”, afirma Rodolfo.
O som do Rodolfo Abrantes pode ser ouvido através do site: www.rabt.com.br
Para conhecer mais sobre o trabalho da banda Coração de Herói acesse o site da banda: www.coracaodeheroi.com.
Reportagem: Thaís Partamian. Foto: Divulgação.