Crianças de 14 ou 15 anos são muito jovens para trabalhar, mas podem assassinar policiais, bombeiros e cidadãos comuns.
Infelizmente este é o dia-a-dia que se observa nas grandes cidades do Brasil.
O código penal precisa urgentemente ser revisto. Grandes sequestros, sequestro-relâmpago, distribuição de drogas e assassinatos são cometidos e encabeçados na linha de frente por menores, que pela fragilidade das leis, são acobertados e soltos logo em seguida.
São Paulo tem um grande índice de violência, mas se comparado a quantidade de pessoas que moram no estado todo, sem dúvidas, este índice fica atrás de pequenas e cidades menos importantes. Mesmo diante deste quadro, a situação não é nada agradável.
É claro que existem falhas e abusos por parte dos policiais. O caso que passou na mídia, recentemente, sobre um indivíduo já detido que recebeu um tiro a queima-roupa é vergonhoso para a Polícia Militar. O fato precisa ser investigado assim como muitos abusos que se tem por aí.
Existe também o fato de alguns policiais implantarem provas para incriminar, em flagrante, alguns criminosos. Ás vezes por não prender em flagrante certo delinquente com passagens diversas pela polícia, ou mesmo sendo menor de idade, no dia seguinte, como o delinquente é solto, este processo estressa, frustra e joga “ralo abaixo” todo um trabalho de investigação ou de perseguição.
Mas isso não significa que todos os policiais são corruptos, que todos implantam provas ou mesmo não são preparados. Como em toda profissão, existem bons e maus profissionais.
A corporação da Polícia Militar é respeitada, no Estado, pelo Brasil e em outros países do mundo, tem diversos trabalhos sociais e resultados que impressionam. Mas tem falhas, e isso precisa ser melhorado.
A quantidade de drogas e armamento que entram no país, por nossas fronteiras, há décadas, e que nenhum presidente ainda teve coragem de bater de frente, também é um grande “gargalo” para o caos da segurança no Brasil.
Com a cooperação do governo federal, intermediada pelo ministro da justiça José Eduardo Cardoso e pelo governador Geraldo Alckmin, é possível que tempos melhores estejam por vir em nosso Estado. Mas e quanto aos outros lugares do país? Ainda existirão duros e infelizes anos de domínios dos bandidos e traficantes.
Os governantes precisam melhorar seu desempenho, mas o cidadão também precisa fazer sua parte.
Governar um país, um estado ou mesmo uma cidade não deve ser tarefa fácil. Mesmo contando com diversos agentes públicos, policiais entre outras autoridades, não é possível estar em todos os lugares ao mesmo tempo. E quando a população deixa de ajudar os órgãos públicos, a situação tende a piorar.
Ou seja, a omissão também faz parte de nossa insegurança pública.
Quantas vezes observamos brigas de vizinhos, de marido e mulher, pequenos furtos, pessoas estranhas, consumidores de drogas e até alguns ligeiros delitos e nos reservamos em pensar: “não vou intervir”, “alguém mais próximo deve ajudar” ou então “não é problema meu”.
A falta da denúncias deixa de mostrar para a polícia os verdadeiros problemas de determinada região. Se a polícia não souber onde ocorrem os problemas de segurança, se boletins de ocorrência deixarem de ser feitos, como as estatísticas mapearão as rotas da polícia?
Uma das maneiras para manter nossa sociedade segura é transformar a população em uma sociedade atuante, politizada, que reivindique seus direitos, que denuncie o tráfico de drogas em seu bairro, entre outras posturas que são necessárias para o bom desempenho das autoridades políticas.
Para que a segurança pública tenha mais efetividade é imprescindível que o cidadão de nossa cidade e estado participe ativamente do trabalho policial.
E para isso, você pode e deve denunciar atividades suspeitas. Não é preciso se identificar. Para isso existe o disque denúncia 181 ou mesmo você pode acessar o site www.policiamilitar.sp.gov.br e no link denúncias pode colaborar com informações também sem a necessidade de revelar sua identidade.
Antonio Gelfusa Junior é diretor de marketing do SP Grupo de Jornais (SP Jornal, Jornal de Vila Carrão, Jornal do Tatuapé e Jornal de Vila Formosa).