Prejuízos sociais são maiores do que financeiros na paralização do metrô.

A paralização do metrô da cidade de São Paulo pode significar uma perda ao varejo da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) da ordem de R$ 42 milhões, segundo estimativas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

A entidade ressalva, entretanto, que este não é um valor absoluto e respaldado em rigoroso critério técnico, mas em projeção baseada no amplo conhecimento que a organização detém do mercado local.

Para chegar ao valor de R$ 42 milhões, a FecomercioSP considerou que, diariamente, o varejo da RMSP movimenta cerca de R$ 420 milhões. As compras por impulso e de consumo imediato podem ser estimadas em aproximadamente 10%.

Assim, projeta que o comércio perdeu R$ 42 milhões em vendas não recuperáveis, uma vez que as demais aquisições poderão ser realizadas nos próximos dias.

Este princípio leva a FecomercioSP a identificar bares, lanchonetes, praças de alimentação de shoppings e restaurantes como os estabelecimentos mais prejudicados pela paralização.

A Assessoria Técnica da entidade entende que o consumidor que pretendia comprar, por exemplo, uma máquina de lavar hoje, mas foi impossibilitado, o fará amanhã. Já o que não tomou café da manhã ou almoçou fora, naturalmente não vai fazer uma refeição adicional amanhã.

Outros setores também devem notar retração nas vendas, devido à queda no total de compras realizadas por impulso, e o impacto maior vai acontecer no comércio de rua, uma vez que os shoppings centers contam com sistemas de estacionamento.

A FecomercioSP destaca, porém, que muito mais grave do que o prejuízo para o comércio de bens e serviços na RMSP foram os danos sociais ocasionados pela paralização de um serviço essencial, como o transporte coletivo.

A Federação entende que os mais prejudicados foram os trabalhadores de menor faixa de renda, que não contam com outros meios de locomoção, e os trabalhadores que têm parte considerável de sua renda definida por comissões das vendas que realizam.

A entidade reconhece o direito de paralisação em nome de uma reivindicação, mas argumenta que, justamente por se tratar de um serviço essencial, há obrigações legais que deveriam ser cumpridas, como o funcionamento de 100% das composições durante os horários de pico.

Reportagem: Assessoria de Imprensa. Foto: Divulgação.