Comandante dos Bombeiros da zona leste deixa o cargo.
Há quanto tempo os brasileiros estão à procura de um herói? Por falta de informação, intitulamos heróis corredores de Fórmula 1, jogadores de futebol, de basquete ou de vôlei. Há até quem chame de heróis integrantes de programas de reality show.
E tantos heróis estão ao nosso redor, no dia a dia, heróis que disponibilizam a própria vida para nosso conforto e tranquilidade. Heróis que não são anônimos, mas passam despercebidos por realizarem seu trabalho com eficiência e qualidade.
Quem nunca pensou em ser bombeiro na infância ou na adolescência? Ser bombeiro é pra gente grande. Acredita-se que ninguém escolhe ser bombeiro, mas é escolhido por ter aptidões e qualidades que transformam um homem comum em um herói diferenciado.
Nosso personagem entrou para a Polícia Militar em 1978, fez Escola de Soldados em Sorocaba no 7º BPMI e, incentivado pelo Coronel Vielangério, entrou para a Escola de Oficiais do Barro Branco em 1979, formando-se Oficial em 1981. Serviu no 14º BPMM em Osasco, e em 1987 realizou curso de bombeiros para Oficiais na Escola de Bombeiros. Sua 1ª unidade como bombeiro foi no 7º GI – Campinas, servindo de 1987 até 2000 (trabalhou nesse período no 15º GB, 12º GB, 2º GBS, 5º GB, 8º GB e 11º GB), quando retornou ao policiamento metropolitano de São Paulo, servindo no 8º BPMM, onde ficou até 2003. Posteriormente, foi transferido para o 30º BPMM (Mauá), onde permaneceu por aproximadamente três meses, sendo promovido a Major. Seguiu para o 10º BPMM em agosto de 2003, e em maio de 2007 foi promovido a Tenente Coronel. Voltou para o 30º BPMM, desta vez como comandante do Batalhão, e em 2008 foi transferido para 40º BPMM, em São Bernardo do Campo, onde ficou até agosto de 2009. De lá, saiu para comandar, até os dias de hoje, o 3º GB (Mooca).
Seu nome é Tenente Coronel Carlos Benedito Carvalho Martins, nascido em 2 de novembro de 1954 em Sorocaba e que após 34 anos de serviços prestados ao Estado de São Paulo, através da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros, se aposenta.
Um homem que separa com traços fortes e muita convicção verdadeiros homens de valor de falsos homens que têm preço.
Dentre as tantas ações de salvamento que integrou, não tem como não se emocionar. “A que mais me comoveu foi a de uma criança que caiu em um buraco de broca de um prédio em construção, com aproximadamente 16 metros de profundidade, no ano de 1988, em Campinas, quando foi necessário abrir um outro poço lateral. Foram as 4 horas mais demoradas da minha vida”, conta o comandante.
A convivência com nosso Comandante do 3º Grupamento de Bombeiros sempre foi positiva e produtiva. Nas campanhas de doação de sangue e de medula óssea, nos mutirões da saúde, nas palestras realizadas em escolas públicas e particulares, nas diversas tarefas realizadas em prol da sociedade. O bombeiro está sempre à nossa disposição.
Acompanhamos seu trabalho com a responsabilidade de comandar um Grupamento de Bombeiros com base na Mooca, mas que abrange toda a zona leste, tendo sob sua tutela 567 heróis distribuídos por grupamentos que vão até Cidade Tiradentes.
“Gostaria que os governantes olhassem mais para os policiais e não só para os equipamentos utilizados, dando assim, mais qualidade de vida ao profissional”, comentou o coronel Carvalho.
Após 34 anos de serviços prestados aos cidadãos do Estado de São Paulo, nosso Comandante irá se aposentar. Fica então a pergunta: o que acontece quando um herói se aposenta? Imagina-se que o Comandante irá apenas olhar um pouco mais de longe os acontecimentos que nos cercam.
Reportagem: Garcia Telles. Foto: Divulgação.