Parque, aos poucos, vai perdendo avanços conquistados nos últimos anos e está vulnerável à criminalidade.
Medidas tomadas pela nova administração do Centro Esportivo, Recreativo e Educativo do Trabalhador (CERET) não estão agradando frequentadores e moradores da região. Tidas como um sinal de retrocesso em relação as melhorias realizadas no parque durante a gestão anterior, as mudanças afetam a comodidade e a segurança dos usuários do equipamento.
Segundo um segurança que não quis se identificar, são 7 meses de atrasos no pagamento à empresa que realiza o serviço de segurança e houve redução de 6 postos de trabalho no parque, tanto no período diurno, quanto no noturno.
“Vocês precisam nos ajudar a reclamar para imprensa, senão isso vai piorar como foi há 5 anos”, disse. No momento em que falava com a nossa equipe, um usuário de drogas passava próximo ao campo de futebol e o segurança apontava, enquanto acompanhava a situação via rádio.
Em decorrência da redução dos postos de trabalho, o horário de funcionamento do centro esportivo também foi reduzido, agora aberto até às 22 horas, de segunda a sexta e aos finais de semana até às 20 horas.
Durante a visita da reportagem no local, a portaria principal na Rua Canuto de Abreu com a Rua Eleonora Cintra, onde fica o estacionamento, estava fechada por conta da redução de pessoal. A entrada que fica próxima à Padaria Luxo Real – Rua Acuruí – também fica fechada após as 21 horas e os usuários de todo o parque só podem sair via Rua Eleonora Cintra.
Os frequentadores do espaço reconhecem que durante a gestão anterior, de Fernando Haddad, houveram melhorias. Através da Secretaria de Esportes e Lazer, a antiga administração inaugurou o espaço PET e organizou o ambiente, que sofria com usuários de drogas e roubos, removendo os antigos muros e instalando gradis. Ao que tudo indica, a atual gestão, que foi alterada, não parece preocupada com a questão.
“É a mesma história do Clube Sampaio, ao lado do metrô Carrão. Lá havia acompanhamento da equipe de segurança e zelo pela administração. Com a construção do CEU Carrão, que está abandonada, vai ver a situação que está. Sem previsão de término e usuários de drogas voltando a ocupar o espaço. Se não cuidar o CERET irá para o mesmo caminho” diz Andrea Siqueira, frequentadora.
O outro lado
Procurada pela redação, a Secretaria do Esporte e Lazer da PMSP informou que está em dia com os repasses para a empresa Atento Segurança, responsável pelos serviços no CERET.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria, o último pagamento, referente ao mês de maio, foi liquidado e pago, enquanto o do mês de junho está em trâmite. Todos os dados de pagamentos realizados pela Prefeitura de São Paulo podem ser consultados no Portal da Transparência.
Quando questionada sobre a redução dos postos de trabalho no local, a Secretaria informou que os clubes estão passando por uma readequação de contratos com as empresas terceirizadas.
“O número de seguranças no CERET durante o dia é de 10 postos, além de outros cinco no período noturno. Há também a Guarda Civil Metropolitana, que realiza rondas periódicas ao longo do dia no clube, onde está em andamento a integração do projeto City Câmeras no CERET, em parceria com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana e interligado com o sistema da GCM.”, informou a assessoria de imprensa.
De acordo com o projeto apresentado pela Prefeitura em março, o modelo operacional do sistema City Câmeras terá a integração de imagens, que serão transmitidas online para o Comando da GCM e Controle da Prefeitura por meio de um canal de comunicação de dados da internet, similar com o que acontece com o monitoramento a monumentos da cidade.
A parceria que inclui o CERET no projeto City Câmeras foi firmada na segunda-feira, 10 de julho e, de acordo com a Prefeitura, o sistema entrará em vigor no prazo máximo de 30 dias.
Reportagem: Antonio Gelfusa Junior e Barbara Novaes. Foto: Julio Gomes.